Defesa de juiz afastado da Lava Jato busca reverter decisão e solicita auditoria na Vara Federal. Ações de Appio também tiveram repercussões para o deputado federal cassado Deltan Dallagnol
Pedro Miranda Publicado em 29/05/2023, às 21h02
O juiz federal Eduardo Appio, que foi afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, pretende recorrer ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a fim de retomar sua posição. Segundo apuração do portal G1, a defesa de Appio também solicitará uma auditoria na Vara Federal, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.
Conforme informações obtidas, a medida estava sendo protocolada junto ao CNJ no final da tarde de sexta-feira (26). A peça foi elaborada pelos advogados Pedro Serrano, Rafael Valim e Walfrido Warde.
Appio foi afastado cautelarmente pelo Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) após uma investigação apontar que ele teria acessado um processo contendo informações do filho de Marcelo Malucelli, desembargador afastado da operação, e feito uma ligação para o mesmo.
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No final de março, Appio enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a acusação do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu na Lava Jato, de que ocorreu extorsão por parte do ex-juiz Sergio Moro.
Após o envio, o senador protocolou um pedido para que Eduardo Appio se afastasse de qualquer decisão nos processos da Lava Jato até que uma apuração de suspeição, solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) em março deste ano, fosse realizada. O pedido do MPF alegava que Appio assinava processos eletrônicos antigos como "LUL22".
Após a notícia do afastamento cautelar de Appio, Moro afirmou no Twitter que "nunca tinha ouvido falar, na história judiciária brasileira, de um caso no qual o juiz de um processo teria ligado para o filho de um desembargador, que revisava suas sentenças, fingindo ser uma terceira pessoa para obter informações pessoais e fazer ameaças veladas."
As ações de Appio também tiveram repercussões para o deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos). Durante uma audiência de Tacla Duran presidida por Appio, o então parlamentar foi acusado de perseguição.
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