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Ditadura na Venezuela? Saiba como funciona o regime e eleições no país vizinho

A Venezuela realizou eleições que foram marcadas por um alto índice de abstenção. Os resultados das "megaeleições" para prefeitos e vereadores ainda não foram divulgados

Mesmo com avanços, as eleições não contaram com o voto dos venezuelanos no exterior
Mesmo com avanços, as eleições não contaram com o voto dos venezuelanos no exterior - Divulgação/JC Concursos
Pedro Henrique Miranda Santos

Pedro Henrique Miranda Santos

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 29/05/2023, às 20h05

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No último domingo, a Venezuela realizou eleições regionais e municipais que foram marcadas por um alto índice de abstenção, com apenas 40% dos eleitores comparecendo às urnas. Esse cenário evidenciou a crise na oposição e reforçou o poder do chavismo como principal força política no país.

Dos 23 cargos de governadores em disputa, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que está no poder, conquistou 20, enquanto a oposição venceu em apenas três estados, conforme o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Pedro Calzadilla. Além disso, o PSUV também obteve a vitória na prefeitura de Caracas.

Os resultados das "megaeleições", que incluem outros 334 cargos de prefeito e centenas de vereadores, ainda não foram divulgados no primeiro boletim, liberado à meia-noite de domingo.

Apesar das denúncias de irregularidades que supostamente favoreceriam o partido no poder, os dirigentes do CNE afirmaram que houve avanços em relação às eleições anteriores em termos de equilíbrio, transparência e respeito pelo voto livre e seguro.

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Mesmo com avanços, as eleições não contaram com o voto dos venezuelanos no exterior

Essas eleições regionais e municipais, realizadas em 21 de novembro, foram as primeiras em quatro anos a contar com ampla participação da oposição. A oposição não reconhecia Nicolás Maduro como presidente desde 2018 e boicotou as eleições anteriores devido à suposta falta de garantias.

Desta vez, o pleito recebeu a observação de entidades internacionais, como a União Europeia, as Nações Unidas e o Carter Center, especializado em processos eleitorais. Essa observação imparcial era aguardada devido ao interesse internacional em saber se o governo de Maduro poderia garantir a competição democrática.

A renovação do Conselho Nacional Eleitoral, em busca de maior transparência, foi vista como uma evolução sem precedentes nas últimas décadas. Desde 2006, o presidente do CNE era Tibisay Lucena, que hoje é ministro do gabinete de Maduro. Além disso, a representatividade dos reitores sempre foi questionada pela oposição, que tinha apenas um dos cinco representantes no corpo eleitoral. Agora, a oposição conta com dois reitores.

Apesar dos avanços nas condições eleitorais, as eleições não contaram com o voto dos venezuelanos no exterior, que totalizam cerca de 4 milhões de pessoas. Esse grupo é considerado uma força-chave para a oposição, pois muitos deixaram o país fugindo da crise. Durante o dia das eleições, foram registradas duas mortes e várias pessoas ficaram feridas em eventos supostamente relacionados ao pleito.

O jornalista Daniel Pardo, enviado especial da BBC News Mundo, destacou que as eleições evidenciaram os erros da oposição, que perdeu força eleitoral nos últimos quatro anos de não participação.

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