Ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou solicitação para a CGU de informar o padrinho político de cargo público através do Portal da Transparência
Victor Meira - victor@jccconcursos.com.br Publicado em 26/01/2022, às 14h03
No final do mês de novembro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, realizou um pedido formal à Controladoria-Geral da União (CGU) para que as indicações políticas em cargos públicos sejam divulgadas no Portal da Transparência. A solicitação foi feita durante uma reunião no Comitê Interministerial de Combate à Corrupção (CICC).
Em uma entrevista concedida ao podcast Prevenir (Programa de Integridade do Ministério da Economia), o ministro explicou que a ação tem o objetivo de expor o servidor público, aquele cometer algum ato ilícito no cargo, para a sociedade e quais foram os personagens responsáveis pela sua indicação, seja em ministérios ou em outros órgãos da administração pública.
“Eu não tenho vergonha de nenhuma indicação que tenha feito. Todo secretário escolhido por mim, eu não tenho vergonha. O presidente [Jair Bolsonaro] também não se envergonha, não há problema nenhum de que todas as indicações de ministros que ele tenha feito sejam transparentes”, afirmou Guedes no podcast Prevenir.
Apesar da medida informar qual político indicou o servidor, Guedes aponta que a responsabilidade por uma eventual “falta de integridade” é do próprio servidor e não do político que o indicou. "Mas é importante que todos saibam quem cometeu o equívoco ou o erro de indicar a pessoa para o cargo. Então, acho que a transparência nos atos públicos é sempre importante", acrescentou o ministro.
Mesmo com o pedido do ministro da Economia, a CGU ainda não informou se o pedido será aceito e quando ele entrará em vigor.
O Portal da Transparência, que é de responsabilidade da CGU, já informa os salários dos servidores e sobre como os recursos públicos são utilizados. Contudo, o site não apresenta informações sobre as indicações políticas de padrinhos e/ou partidos nos cargos comissionados.
Geralmente, os cargos de confiança em ministérios, bancos estatais e demais órgãos federais são ocupados, em grande parte, por apadrinhados políticos ou partidos. Mesmo com o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL), durante as eleições de 2018, de realizar apenas indicações técnicas, há apadrinhados nos cargos e este movimento é uma manobra para manter o apoio do Congresso Nacional ao governo.
Entretanto, o Ministério da Economia argumenta que quando há desvios na conduta dos servidores indicados, a culpa sempre recai no governo como um todo e não na pessoa que a indicou.
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