Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina recuou 0,35% na semana passada, mas invasão da Rússia na Ucrânia já elevou o preço internacional do petróleo
Mylena Lira | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 27/02/2022, às 12h51 - Atualizado às 13h08
O preço da gasolina recusou 0,35% na última semana, caindo de R$ 6,58 para R$ 6,56, de acordo com o boletim semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Essa queda tem relação com o valor médio do etanol no Brasil, que teve redução e foi encontrado por R$ 4,63 o litro ante R$ 4,69 da semana anterior. Isso porque a gasolina tem 27% de etanol anidro em sua composição. Porém, as perspectivas são de alta no custo da gasolina nos próximos dias por conta da invasão da Rússia ao país vizinho, Ucrânia.
Segundo pesquisa divulgada pela FGV, o conflito militar no Leste Europeu vai impactar a inflação e o PIB nacional. O setor de combustível será um dos afetados porque a Rússia é um dos maiores fornecedores de petróleo e gás natural do mundo. Foi registrada alta no preço internacional do petróleo já no primeiro dia de invasão russa, na quinta-feira passada (24). O barril do tipo Brent encerrou a semana em US$ 105, no maior nível desde 2014.
Por enquanto, a recuperação da safra de cana-de-açúcar está reduzindo o preço do álcool anidro e isso vai ajudar a segurar a pressão do barril de petróleo num primeiro momento em relação à gasolina. Desde novembro do ano passado, o litro do etanol anidro acumula queda de 24,6% em São Paulo, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). Contudo, caso a guerra na Ucrânia se prolongue esse cenário deve mudar e a tendência é o preço da gasolina subir.
De acordo com a pesquisa da ANP, o preço do diesel voltou a subir nos postos do país na semana passada, sendo encontrado por R$ 5,59 o litro (antes custava R$ 5,57 - alta de 0,29%). Vale ressaltar que, diferentemente da gasolina, esse tipo de combustível não conta com adição de etanol. Além disso, o diesel já vem em alta: aumentou 62% em 2021, segundo o IBGE, e 3,78% só em janeiro deste ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial.
Em 2021, somente a gasolina representou cerca de 1/4 da inflação registrada no Brasil, que foi superior a 10%. Agora, conforme indica a pesquisa Sondagem da América Latina, divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a invasão russa também vai interferir na inflação e pode não só elevar o preço da gasolina, mas também dos juros, comprometendo o crescimento econômico para este ano ao reduzir o espaço para a melhoria dos preços e do consumo.
Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado elevaram a projeção anual de inflação oficial para 5,56% em 2022. Essa foi a sexta semana seguida de alta na estimativa. A previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em apenas 0,3% neste ano.
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