A definição do Salário Mínimo 2022 será feita apenas no final de janeiro após a publicação de estudos sobre a inflação oficial do Brasil em 2021
Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br Publicado em 27/12/2021, às 10h08
Apesar do Congresso Nacional ter aprovado o valor do Salário Mínimo 2022 para R$ 1.210, um reajuste de 10,04%, ele pode ser atualizado mais uma vez e sofrer outro aumento. Uma vez que o valor exato do salário mínimo será conhecido somente no final de janeiro, com a divulgação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) consolidado de 2021 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A última prévia do INPC, publicado em novembro, registrou uma alta na inflação de 9,36%. Ainda que o número seja abaixo do reajuste do salário mínimo, o índice acumulado dos últimos 12 meses foi 10,96%, quase 1% acima do cálculo proposto pelo relator do Orçamento 2022, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ).
Contudo, vale ressaltar que a equipe econômica do governo federal estava bastante otimista com a inflação. Até julho, o Ministério da Economia tinha a meta de promover um reajuste de 5%, com o salário mínimo de R$ 1.169. Em setembro, a equipe recalculou os números para 8,4%, ainda abaixo da inflação.
Levando em conta o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), o reajuste do salário mínimo de 2022 está dentro da meta. Segundo o último Boletim Focus, relatório semanal sobre a expectativa do mercado financeiro, publicado nesta segunda-feira (27), a inflação de 2021 deve ficar na casa de 10,02%. Porém, o reajuste no salário mínimo é feito com base no INPC.
Mesmo com o aumento apresentado pelo Congresso, ele será a maior variação de um ano para outro desde 2016, quando o governo Dilma Rousseff promoveu um aumento de 11,6%. Embora seja o maior aumento nos últimos cinco anos, ele não será um aumento real por acompanhar o índice de inflação.
Apesar do aumento do salário mínimo ser o maior dos últimos anos, isso não significa que este crescimento irá melhorar as condições de vida dos brasileiros devido à falta de ganho real.
Os economistas explicam que a atualização com base na inflação é para manter o nível de compra da remuneração mínima, uma vez que a inflação diminui o consumo das famílias. Portanto, o ganho real ocorre apenas quando o reajuste fica acima da inflação.
O Ministério da Economia explica que o reajuste não pode ser acima da inflação porque o governo não tem os recursos necessários e isso geraria uma crise fiscal, além do rompimento do teto de gastos.
Em relação ao Estado, o reajuste no salário mínimo afeta o pagamento das aposentadorias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Visto que os segurados recebem os seus benefícios conforme o piso nacional. Assim, o governo estima que a cada real aumentado, haverá custo de cerca de R$ 315 milhões aos cofres públicos.
*com informações da Agência Brasil
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