Se confirmada a projeção, o valor do salário mínimo em 2022 deverá ser de R$ 1.210. Veja 6 dicas de professor de finanças para melhor aproveitar o salário
Douglas Terenciano | douglas@jcconcursos.com.br
Publicado em 30/11/2021, às 10h37 - Atualizado às 10h41
Na segunda quinzena de novembro deste ano, o Ministério da Economia divulgou uma consistente expectativa de aumento da inflação no país, projetando um percentual para o INPC de 10,04%. Uma vez confirmada e mantida tal projeção, o valor do salário mínimo em 2022 deverá ser de R$ 1.210. Contudo, apesar deste valor representar um dos maiores patamares ao longo do tempo, os trabalhadores que recebem esta remuneração básica terão grandes desafios para gerenciar seu orçamento familiar.
"Não se pode perder de vista a realidade dos fatos, pois tal projeção estará apenas cumprindo o que é estabelecido pela Constituição Federal, ou seja, acompanhar a inflação acumulada com o objetivo de manter o poder de compra, sem qualquer ganho real", aponta Edson Zedebski, professor de finanças do ISAE Escola de Negócios. "A grande questão a considerar é que, sem aumento real, há uma significativa defasagem que está se acumulando e certamente causa dificuldades cada vez maiores para as famílias de baixa renda. E para completar o cenário, estamos vivendo um período no qual o aumento da inflação tem sido contínuo", destaca.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a Pesquisa de Orçamentos Familiares em 377 produtos e serviços, cerca de 60% dos itens têm aumentado todos os meses. A cesta básica, composta de 13 itens, compromete atualmente quase a metade do valor do salário mínimo, enquanto em 2017 comprometia em torno de 37% dele. "A expectativa no Brasil é de estagnação na renda das famílias, impactada também pelo fim do auxílio emergencial, que não deverá ser compensado com geração de empregos", comenta o especialista. Além dos alimentos, gasolina e energia elétrica também comprometem o bolso dessas famílias.
Para não gastar mais do que ganha, há quem defenda modelos de distribuição da renda em percentuais fixos como, por exemplo, 50% para gastos essenciais como moradia, alimentação e transporte; 30% para supérfluos como roupas ou sair para jantar fora; e os 20% restantes para guardar, criando o hábito de separar o valor imediatamente quando receber o dinheiro. Contudo, o especialista relembra a diferente realidade das famílias brasileiras. "O grande problema dessa dica é que nunca, ou quase nunca, é aplicável à realidade da maioria das pessoas. Cada família deve constatar sua situação para poder estudar o quanto é possível destinar para cada item, identificando quais gastos podem e devem ser diminuídos no futuro", afirma.
LEIA TAMBÉM
Mais de 5 mil cidades no Brasil!
+ Mais Lidas
JC Concursos - Jornal dos Concursos. Imparcial, independente, completo.