A mudança nos modelos de trabalho, com o home office, escancarou a necessidade de se repensar cuidados com a saúde mental nas empresas. Confira alguns cuidados
Glícia Lopes Publicado em 01/09/2022, às 13h30
Para além daquela dor na lombar que já se tornou sua companheira, das videochamadas intermináveis e de o seu Whatsapp pessoal ter se tornado uma extensão da empresa, o home office pode ser prejudicial, sobretudo, à saúde mental do trabalhador. O aumento da carga horária e a exigência de disponibilidade no trabalho precarizaram o exercício de diversos profissionais, quando o modelo de trabalho remoto se disseminou com a chegada da pandemia de Covid-19.
Aliás, a pandemia escancarou uma enorme necessidade de se pensar novos modelos de vida em busca do bem-estar mental. É nesse sentido, por exemplo, que surge um fenômeno global chamado de a “Grande demissão”, caracterizado pelo aumento do abandono do emprego, de forma voluntária, por profissionais que saem dos cargos em busca de uma melhora na saúde mental.
Devido a isso, é urgente que, não só os setores de Recursos Humanos, como os próprios líderes das empresas repensem as necessidades de seus colaboradores, com o objetivo de melhorar o desempenho do profissional e, consequentemente, da empresa. Para isso, deve-se considerar salários mais justos e atraentes, além de benefícios que levem em conta a necessidade de cuidado mental do profissional que, porventura, pode se desgastar.
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Para Sylvia Hartmann, palestrante, pesquisadora e consultora de empresas sobre implantação e manutenção do trabalho em Home Office e Híbrido, “existe uma grande responsabilidade dos times de liderança em saberem respeitar os limites e algumas fronteiras. Por exemplo: não é porque o profissional está trabalhando em home office que ele está de plantão, ou que a pessoa está disponível 24 horas por dia”.
Esse aumento na exigência do trabalho pode levar ao desenvolvimento de doenças psíquicas, como ansiedade, depressão e, sobretudo, da síndrome de burnout, caracterizada pelo esgotamento mental em decorrência do ambiente de trabalho. Sylvia acrescenta que o hábito em manter o profissional em constante exercício, mesmo que fora do seu expediente, deve ser eliminado, e que os times de RH devem providenciar apoio para a saúde mental de seus colaboradores.
Nesse sentido, as empresas podem pensar em estratégias como a oferta de “benefícios que dêem acesso a atividades que sejam boas para a saúde mental, então coisas relacionadas a mindfulness, à meditação, a atividades físicas, a cuidados. Então, existe uma série de medidas que as empresas podem tomar para proteger a questão da saúde mental dos profissionais”, ressalta Sylvia.
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Estabeleça limites
Saiba diferenciar o profissional do pessoal, esse é um direito fundamental. Não tenha receio de dizer, educadamente, à liderança ou supervisão do seu trabalho qual é o seu limite. Sempre que possível, relembre do seu horário de expediente e coloque-se em primeiro lugar, afinal, um trabalhador esgotado não pode realizar bem seu trabalho.
Movimente-se
Evite passar muito tempo em uma mesma posição. Se alongue, mexa o corpo, saia e dê uma caminhada curta, suba uma escada, mas mantenha o corpo em movimento para não estagnar. Além disso, perceba condições como postura para evitar fadiga do corpo e melhorar, inclusive, a circulação sanguínea.
Se organize
Isso fará com que você consiga dar conta das suas demandas e não se obrigue a passar mais horas no trabalho do que a que foi estipulada. Se organizar também vai ajudar com que você tenha um mínimo de controle sobre a situação e pode evitar com que surjam reclamações.
Meditação
Tirar um tempo para cuidar de si no ambiente de trabalho é benéfico também para a empresa. Por isso, tenha em vista hábitos de cuidado com a saúde, para evitar que se chegue ao desgaste mental excessivo. A meditação faz com que o corpo (portanto, a mente) reencontre a forma correta de funcionar. Pare, respire, se observe e medite: isso irá ajudar a ter um melhor desempenho no trabalho.
No contexto da pandemia, o problema da Síndrome de Burnout se tornou mais presente. Também esteve comumente associado ao trabalho de profissionais de saúde. Um artigo publicado pelo Blog Medcel fornece informações detalhadas sobre como essa Síndrome afeta, principalmente, médicos, técnicos e enfermeiros. Confira!
*com informações da TV Senado
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