Contrair raiva significa ter, praticamente, uma sentença de morte. Das 45 ocorrências registradas entre 2010 e 2022, apenas duas pessoas sobreviveram
Glícia Lopes Publicado em 02/08/2022, às 10h18
As principais epidemias da história recente da humanidade tem se derivado de zoonoses: peste negra, doença de chagas, febre amarela, coronavírus e a recente varíola dos macacos. A saber, zoonoses são doenças transmitidas de animais para humanos. Entre esse tipo de doença, existe uma altamente letal, que quase não deixa sobreviventes para contar história: a raiva.
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, causada pelo vírus Lyssavirus, pertencente à família Rabhdoviridae. Esta infecção afeta mamíferos, sendo os principais hospedeiros: morcegos, bovinos, equinos, macacos, raposas, cães e gatos. Tanto nos animais, quanto nos humanos, a raiva leva a óbito em quase 100% dos casos.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os anos de 2010 e 2022 foram registrados 45 casos de raiva humana no Brasil. Desse total, cinco ocorreram neste ano e todos os pacientes foram a óbito. De todos os casos registrados no país durante esse período, apenas duas pessoas sobreviveram e foram curadas, o que revela um alto potencial de mortalidade para a doença.
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Por ser uma zoonose, sua característica principal é ter animais como transmissores da doença. No entanto, existem diferentes ciclos de transmissão da raiva, são eles:
Assim, um animal passa de um para o outro, até chegar no ciclo urbano e atingir os seres humanos. Além disso, pessoas em contato com animais silvestres ou rurais contaminados, estão mais suscetíveis a adquirir a doença. É por meio da saliva do animal infectado, quando em contato com o organismo humano, que a raiva é contraída por pessoas. Podem ocorrer, principalmente, por meio de:
Após infectado, o humano pode ter até 45 dias de incubação do vírus, que é o período entre a infecção e a manifestação dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de espécie para espécie. Em crianças a fase de incubação do vírus pode ser mais curta. Já os cães e gatos, por exemplo, passam a eliminar o vírus por meio da saliva em cerca de 5 dias desde a contaminação.
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Antes de mais nada, se você se preocupa com a infecção da raiva por meio urbano, saiba como identificar os sintomas em animais infectados. O tipo mais comum da doença é a raiva furiosa, que, como o nome sugere, o animal pode apresentar:
De acordo com o Ministério da Saúde, nos humanos, a contaminação por raiva se manifesta da seguinte forma:
Uma das principais medidas para evitar essa infecção grave é erradicá-la do ciclo urbano, por meio da vacinação dos animais suscetíveis à contaminação, como os cães e gatos, principalmente. A periodicidade a ser considerada para a imunização desses bichos é anual. As vacinas são disponibilizadas pelo Governo Federal, ficando sob a responsabilidade dos Estados a vacinação.
No caso da prevenção pré-exposição, deve-se considerar a imunização de pessoas com risco constante de contato com o vírus da raiva. Profissionais e estudantes das áreas de veterinária, biologia, zootecnia, agronomia e afins, devem tomar a vacina antirrábica para se prevenir do contágio.
Em casos de contaminação, a medida imediata a ser tomada é a lavagem da área afetada com água e sabão e buscar rapidamente um serviço de saúde de emergência para verificar o tratamento cabível. Em alguns casos a pessoa pode tomar a vacina antirrábica pós exposição ou receber a administração de soro.
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