A operação 'Cancer Moonshot', de Joe Biden, pretende erradicar o câncer nos EUA nos próximos 25 anos. Confira alguns avanços em relação à cura da doença
Glícia Lopes Publicado em 14/09/2022, às 09h11
Nesta segunda-feira (12), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou decretos com o objetivo de investir mais dinheiro no setor da biotecnologia, sobretudo com a intenção de erradicar o câncer no país. Biden chamou a medida de “Cancer Moonshot”, declaração feita no 60º aniversário da operação “Moonshot”, do ex-presidente J. F. Kennedy, que visava levar o homem à lua.
Assim como J.F. Kennedy fez esforços para alcançar uma capacidade superior de voo espacial durante a Guerra Fria, desta vez, Biden pretende criar novos tratamentos e reduzir a taxa de mortalidade pelo câncer no país “de uma vez por todas”, nos próximos 25 anos, e se tornar um modelo mundial neste setor.
As part of the Cancer Moonshot, I will use my authorities to increase funding, support our new Cancer Cabinet, and create the Advanced Research Projects Agency for Health – an agency with one purpose: to drive breakthroughs to prevent, detect, and treat diseases like cancer.
— President Biden (@POTUS) 12 de setembro de 2022
[Em tradução livre] "Como parte do Cancer Moonshot, usarei minhas autoridades para aumentar o financiamento, apoiar nosso novo Gabinete do Câncer e criar a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para a Saúde – uma agência com um propósito: promover avanços para prevenir, detectar e tratar doenças como Câncer."
Biden acrescenta: "Acredito que podemos acabar com o câncer como o conhecemos e até mesmo curá-lo de uma vez por todas."
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Nos últimos 40 anos, alguns avanços significativos relacionados ao câncer podem indicar um progresso no sentido de sua eliminação ou cura. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa de mortalidade pela doença diminuiu 20,1% nos últimos 35 anos, como apontou um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Washington, em Seattle.
Em seu comunicado, onde definiu o 'Cancer Moonshot', meta estabelecida a longo prazo para desenvolvimento tecnológico e científico americano para a cura do câncer, Biden disse que é possível que pesquisas desenvolvam novos avanços na medicina, incluindo uma vacina para prevenir o câncer, ou um exame de sangue capaz de detectar a doença de forma precoce e menos invasiva.
No entanto, pesquisas como essas, exemplificadas por Biden, já existem, como podem ver a seguir:
A tecnologia utilizada para a produção da nova vacina contra o câncer, a TG4050, é parecida com a do imunizante da Oxford-AstraZeneca contra a covid-19. Por ser personalizada, a TG4050 leva parte do DNA do tumor do paciente em sua composição. Os resultados preliminares, obtidos com o experimento em oito pessoas acometidas pela doença, apontaram que nenhum deles teve reincidência do câncer.
Esse modo de produção do imunizante é positivo pois cada paciente tem uma resposta ao imunizante, já que cada organismo reage ao câncer de forma diferente. Esta pesquisa está sendo desenvolvida no The Clatterbridge Cancer Center, primeiro hospital inglês a oferecer esse tipo de tratamento.
Desenvolvido por pesquisadores do Reino Unido, um novo exame de sangue pode ser uma alternativa para a mamografia, pois é capaz de identificar tumores mamários em estágio precoce, possibilitando conter o avanço da doença.
Batizado de Trucheck, o teste apresentou eficácia com percentual de 5% a mais do que o exame convencional. Mulheres e homens poderão contar com a chance de identificar o câncer de mama em 92% dos casos, com 70% de capacidade de detectar o tumor em estágio inicial. Para os tumores nos estágios 3 e 4, a eficácia foi de 100%.
Estudo realizado com o medicamento Dostarlimabe constatou que a droga pode eliminar o câncer em todos os casos. O remédio foi testado durante um período de seis meses, em 12 pacientes com câncer raro no reto. Novos exames realizados após o tratamento com o medicamento demonstraram que os tumores de todos os pacientes submetidos ao experimento haviam desaparecido. O estudo é desenvolvido por oncologistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York (EUA).
Outras descobertas figuram no cenário de evolução para o tratamento do câncer, segunda principal causa de morte em todo o mundo. Os principais avanços foram atualizados no último Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, realizado este ano em Chicago (EUA), que você pode conferir na matéria abaixo:
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As doenças pulmonares ocupacionais apresentam elevados índices de prevalência em todo o mundo, sobretudo na saúde do homem, que somadas ao tabagismo, constituem fatores de risco para o câncer de pulmão. Para saber mais sobre o câncer de pulmão, principal causa de morte por câncer no mundo, acesse o Blog da Medcel e fique por dentro. Lá você também confere tudo sobre a área médica, como concursos, especialidades, títulos e notícias da categoria. Aproveite!
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