Lula afirmou, em mais de uma oportunidade, que irá definir quem será o próximo ministro da Economia após as eleições, se ele for eleito
Uma das principais críticas realizadas contra a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é a definição de nomes para ocupar os cargos da base ministerial do governo, sobretudo no Ministério da Economia.
Inclusive, durante o debate presidencial do pool de imprensa com a participação da TV Bandeirantes, TV Cultura, UOL e Folha de São Paulo, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) provocou o petista ao questionar quem seria o ministro. “Quem vai ser seu ministro da Economia, Lula? Já decidiu? Ou está barganhando ainda com algum partido político?”, perguntou.
Lula foi evasivo e não respondeu a Bolsonaro. O ex-presidente defende uma postura de escolher um ministro da Economia somente após a definição das eleições, caso ele seja eleito. Essa estratégia é para angariar o maior número possível de apoio, uma vez que a escolha antecipada pode promover a perda de votos, segundo Lula.
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“A imprensa me pressiona, cadê o ministro do Lula, cadê o ministro da Economia? Isso é desde (19)89. Se eu fosse bobo e indicasse um ministro antes de ganhar as eleições, eu perderia outros 30 que eu não indiquei. Então, tenham paciência”, afirmou Lula no dia 10 de outubro.
Em outro momento, perguntado novamente sobre o tema, o ex-presidente explicou que é preciso vencer Bolsonaro antes de indicar um nome. “Quando eu ganhar as eleições, eu vou montar o governo. E vou montar o governo não apenas com meu partido ou com meus aliados, tem gente de fora que vai participar”, disse.
Apesar da indefinição de Lula, ele tem recebido o apoio de diversos economistas, entre eles Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central. Os dois nomes são especulados para ocupar a cadeira, uma vez que tem um perfil mais próximo do mercado financeiro.
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Além disso, com um Congresso Nacional mais conservador e liberal, cientistas políticos avaliam que Lula deve nomear um ministro da Economia mais alinhado com o centro do que a esquerda.
Além dos ex-presidentes do Banco Central, Lula recebeu o apoio de outros importantes economistas que participaram do Plano Real, como Pedro Malan, Edmar Bacha e Pérsio Arida. Apesar dos nomes deles terem sido especulados para pasta, a nomeação deles é improvável.
Armínio Fraga é sócio fundador da Gávea Investimentos, mas o que chama a atenção do seu currículo é que ele foi presidente do Banco Central (BC ou Bacen) entre os anos de 1999 e 2003. Dessa forma, ele comandou a instituição do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2002) e no primeiro de Lula (2003-2006).
Armínio é formado em economia pela PUC-RJ, com mestrado e doutorado no assunto. Com a sua formação acadêmica, Fraga até deu aula de de assuntos internacionais na Universidade de Columbia, em Nova York.
Durante o mesmo período, o economista trabalhou em cargos importantes nos bancos de investimentos Garantia e Salomon Brothers.
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Em 1991, ele trabalhou pela primeira vez no Bacen como diretor de assuntos internacionais da instituição, onde permaneceu por um ano.
Dois anos depois, Armínio foi contratado para ser diretor-geral em uma instituição financeira do bilionário George Soros.
Em 1999, ele deixou o banco de investimentos para trabalhar na presidência do BC. Na época, um dos maiores desafios possíveis, pelo contexto econômico de crise do Brasil no período.
Depois do Banco Central, Fraga se tornou sócio-fundador da Gávea Investimentos. Em 2010, ele vendeu o controle acionário para o grupo estadunidense JP Morgan Chase.
Henrique Meirelles tem uma carreira pública mais consolidada do que Armínio Fraga. Após a saída de Fraga da presidência do BC, Meirelles entrou no seu lugar e ficou durante os anos de 2003 e 2010, ou seja, durante todo o governo Lula.
E não foi só isso, ele foi o ministro da Fazenda nos dois anos do governo de Michel Temer (2016-2018). Além disso, Meirelles atuou como Secretário Estadual da Fazenda do ex-governador João Doria, em São Paulo.
Meirelles foi presidente do Bank Boston, dentre os vários cargos executivos que ele ocupou no mercado financeiro, com destaque na iniciativa privada.
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Apesar de ser um profissional de destaque no mercado financeiro, Meirelles tem formação em engenharia civil na Poli-USP. Após concluir o curso, fez MBA pelo Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Mais tarde, ele cursou o Advanced Management Program pela Harvard Business School. O curso é especializado em preparar executivos para assumir a presidência de grandes corporações.
Meirelles foi Chairman do Lazard Americas, banco de investimento sediado em Nova York; senior advisor da Kolberg, Kravis and Roberts (KKR), empresa global de investimentos; membro do Conselho da Lloyd's of London, empresa global de seguros; membro do conselho consultivo da J&F Investimentos; membro do Conselho de Administração da Azul Linhas Aéreas Brasileiras; entre outros trabalhos.
Em 2018, ele foi candidato a presidente da República pelo MDB, sendo que ele foi sétimo candidato mais votado, com 1,28 milhão de votos.
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