O índice divulgado pela Transparência Internacional, aponta o governo de Bolsonaro como responsável pelo desmantelamento dos marcos legais e institucionais anticorrupção construídos ao longo de décadas
O Brasil é visto como mais corrupto após o governo Bolsonaro e, por isso, caiu 10 posições em ranking que mede a corrupção em diversos países. É o que aponta o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, divulgado pela Transparência Internacional nesta terça-feira (30).
O país experimentou uma queda significativa, caindo 10 posições em relação ao ano anterior, agora ocupando a 104ª posição entre os 180 países e territórios avaliados. Com uma pontuação de 36 pontos, o Brasil se encontra abaixo da média global de 43 pontos.
Mais de dois terços dos países avaliados registraram uma pontuação inferior a 50. Entre os países das Américas, o Brasil ficou atrás, por exemplo, de Uruguai (76 pontos), Chile (66 pontos), Cuba (42 pontos) e Argentina (37 pontos).
O IPC, produzido desde 1995, atribui notas em uma escala de 0 a 100, onde uma nota mais alta representa uma maior percepção de integridade no país.
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Segundo a Transparência Internacional, o IPC de 2023 destaca como o enfraquecimento dos sistemas de Justiça no Brasil tem reduzido a capacidade estatal de enfrentar e prevenir a corrupção, aumentando os riscos de abuso de poder e impunidade. A organização ressalta que mais de 20 países também registraram queda em suas pontuações.
Ao analisar a situação do Brasil, a Transparência Internacional aponta o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro como responsável pelo desmantelamento dos marcos legais e institucionais anticorrupção construídos ao longo de décadas.
O documento destaca que o combate à corrupção é baseado em três pilares de controle – judicial, político e social – e que o governo Bolsonaro dedicou-se a destruir esses pilares.
A avaliação também destaca que, mesmo no primeiro ano de gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, houve falhas na reconstrução dos mecanismos de controle da corrupção e dos sistemas democráticos de freios e contrapesos.
Em resposta ao relatório, a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmou que trabalha diariamente para identificar e corrigir riscos de corrupção em políticas públicas, contratações e outras ações do Estado. A entidade também destaca avanços no controle social, transparência e acesso à informação.
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Diante desse cenário, a Transparência Internacional faz recomendações ao governo brasileiro, incluindo:
A organização também enfatiza a importância da promoção da inclusão e diversidade nas nomeações a cargos de alto escalão, bem como a remoção de funcionários de alto escalão que estejam sob investigação ou processados por corrupção e irregularidades relacionadas. Estas recomendações visam a democratização do estado e o enfrentamento à corrupção institucional.
A Dinamarca lidera o ranking como o país mais bem classificado, com 90 pontos, seguida pela Finlândia (87 pontos), Nova Zelândia (85 pontos) e Noruega (84 pontos). No extremo oposto, a Somália ficou em último lugar, com apenas 11 pontos, sendo considerada a nação mais corrupta de todas.
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