O relatório do BC também apontou que a oferta restritiva de crédito no início do ano teve um papel importante. Mesmo assim, o saldo do crédito ainda mostra uma recuperação discreta
Em meio a um cenário de aperto monetário e com a taxa Selic mantida em 13,75% ao ano, o Banco Central (BC) revisou suas projeções para o volume de crédito bancário em 2023. Conforme o Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira (29), a estimativa agora é de um crescimento de 7,7%, ligeiramente acima da previsão anterior de 7,6% anunciada em março deste ano.
Segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), a elevação da taxa básica de juros, a Selic, visa conter a demanda aquecida e evitar um descontrole inflacionário. Com juros mais altos, o crédito se torna mais caro, estimulando a poupança e freando o consumo. Essa estratégia, embora necessária para controlar a inflação, acaba por impactar no crescimento do crédito bancário.
A nova projeção considera os dados mais recentes do mercado de crédito, que mostram um cenário diferenciado entre os segmentos. No crédito livre, aquele no qual os bancos têm autonomia para emprestar, a projeção para o crescimento do estoque de crédito às pessoas físicas subiu de 8% para 9%, refletindo a resiliência nas concessões até abril de 2023. Já o crédito livre destinado às empresas teve a projeção reduzida de 6% para 3%, devido a uma desaceleração mais intensa do que o esperado no primeiro quadrimestre do ano.
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O relatório do BC também apontou que a oferta restritiva de crédito no início do ano teve um papel importante na redução das concessões para as empresas, fator influenciado tanto pelas condições econômicas gerais quanto pelas repercussões do caso das Lojas Americanas, que estão em recuperação judicial desde janeiro após a revelação de "inconsistências contábeis" de R$ 20 bilhões.
Em relação ao crédito direcionado, aquele com regras definidas pelo governo para setores específicos, a projeção de crescimento do saldo para pessoas físicas aumentou de 9% para 11%, impulsionada pela maior disponibilização de crédito rural no início do ano. No segmento de pessoas jurídicas, o crédito direcionado deve se manter estável, com uma projeção de crescimento de 7%.
Por fim, o BC destacou que, apesar da desaceleração das concessões de crédito imobiliário desde meados de 2021, o saldo do crédito ainda mostra uma recuperação discreta. Isso se deve aos prazos mais longos e às pequenas amortizações em comparação ao saldo, o que torna os movimentos das concessões menos impactantes na carteira de crédito.
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