A expectativa de queda na Selic tem fundamentação nas indicações do próprio Banco Central. Esta seria a segunda redução consecutiva na taxa, iniciada em agosto deste ano
Nesta quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, revelaram suas decisões em relação às taxas de juros, gerando grande expectativa nos mercados financeiros.
No Brasil, a maioria dos economistas das principais instituições financeiras aguarda por um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros. Se confirmada essa previsão, a Selic passará de 13,25% para 12,75% ao ano. Esta seria a segunda redução consecutiva na taxa, iniciada em agosto deste ano, e representaria a menor taxa de juros em 16 meses, desde maio de 2022, quando estava em 11,75% ao ano.
A expectativa de queda na Selic tem fundamentação nas indicações do próprio Banco Central, que mencionou a possibilidade de continuar com "redução da mesma magnitude" da última decisão. Analistas do mercado financeiro projetam uma trajetória de queda contínua nos próximos meses, com a Selic chegando a 11,75% ao ano até o final de 2023. Para o final de 2024, a projeção é de que a Selic alcance 9% ao ano.
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Enquanto isso, nos Estados Unidos, a perspectiva era diferente. A maioria dos investidores e especialistas previa que o Federal Reserve manteria as taxas de juros estáveis no patamar atual, entre 5,25% e 5,50% ao ano. No entanto, não se pode descartar completamente a possibilidade de um novo aumento das taxas por parte do Fed.
O Banco Central do Brasil e o Federal Reserve estão ajustando suas políticas monetárias com o objetivo de controlar a inflação. No Brasil, o BC está focado na meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o próximo ano, que é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Os economistas do mercado financeiro já reduziram a estimativa de inflação para este ano, passando de 4,93% para 4,86%, e projetam uma inflação de 3,98% para 2024.
A taxa Selic desempenha um papel crucial na economia, pois afeta o poder de compra das pessoas, especialmente aquelas com renda mais baixa. À medida que a inflação aumenta, o poder de compra diminui, uma vez que os preços dos produtos sobem mais rapidamente do que os salários.
Apesar do aumento da inflação em agosto deste ano, que atingiu 4,61% em doze meses, os analistas consideram que essa alta já era esperada e destacam que os dados inflacionários subiram menos do que o previsto.
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