Gastos em cartão corporativo durante os quatro anos do governo Bolsonaro chegam a pelo menos R$ 27,6 milhões em despesas, muitas em hotéis de luxo
O ex-presidente Jair Bolsonaro gastou, em média, R$ 575 mil mensais com o cartão corporativo durante o seu governo. As informações vieram a público a partir de pedidos de Lei de Acesso à Informação (LAI), da Fiquem Sabendo, agência de dados públicos.
Os gastos somados durante os quatro anos chegam a pelo menos R$ 27,6 milhões em despesas, muitas delas chamam a atenção pelos valores em hotéis de luxo e gastos pessoais com sorvetes e cosméticos.
Ao longo do seu mandato, em vários momentos, o ex-presidente fazia questão de defender que não usava o cartão corporativo. Ele chegou a afirmar em outubro do ano passado em entrevista à Jovem Pan, que a média de gastos estava em R$ 3 milhões.
“A média (de gastos no cartão corporativo) está em R$ 3 milhões. Nunca gastei um centavo, eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar Itubaína, mas nunca usei”, disse Bolsonaro à época a emissora.
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Os dados vieram à público na noite desta quarta-feira (11) a partir de pedido feito em 18 de dezembro, e foi indicado um link no qual constam os dados do cartão corporativo de todos os presidentes da República desde 2003, momento em que Lula iniciou o primeiro mandato.
Nas informações disponibilizadas pela agência constam que os últimos lançamentos de notas fiscais ocorreram em 19 de dezembro e foi referente a compra de comida. Reportagem do Jornal O Estado de S. Paulo afirmou que, ao todo, constam no sistema 22 CPFs de servidores responsáveis pelas compras, mas apenas dois concentram a metade das notas fiscais.
Os gastos com hotel estão entre os que mais aparecem nos 59 tipos de despesas feitas com o cartão. O jornal O Estadão ainda mostra que ao menos R$ 13,6 milhões foram desembolsados em hospedagem, em vários casos vezes em locais de luxo.
O que também chama atenção é o paladar infantil do presidente e sua preferência por doces, que aparecem como gastos em diversas vezes. Foram feitas 62 compras, em cinco sorveterias, que somam R$ 8,6 mil. Em um único momento foram gastos R$ 540. Não é ilegal esse tipo de compra, mas o recurso do cartão corporativo deve ser usado em ações fundamentais ao governo, como deslocamentos.
*Com informações do Jornal O Estado de S. Paulo
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