O ex-presidente Jair Bolsonaro comparecerá à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento no inquérito que investiga uma possível tentativa de Golpe de Estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro comparecerá à sede da Polícia Federal em Brasília nesta quarta-feira, dia 12 de julho, às 14h, para prestar depoimento no inquérito que investiga uma possível tentativa de Golpe de Estado. A investigação está relacionada a um encontro no qual teria sido discutida a articulação de um golpe de Estado, com a participação do senador Marcos do Val, do Podemos-ES.
O inquérito foi aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em fevereiro, com o objetivo de apurar possíveis tratativas em busca de um golpe de Estado. Segundo o senador Marcos do Val, a reunião teria contado com a presença do ex-presidente Bolsonaro, do ex-deputado federal Daniel Silveira, do PTB-RJ, e do próprio senador.
Durante esse encontro, o senador teria mencionado a intenção de gravar a conversa, com o objetivo de obter uma declaração do ministro que indicasse uma suposta violação à Constituição, o que poderia ser usado para contestar o resultado das eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No mês passado, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, endereços e o gabinete do senador Marcos do Val foram alvo de mandados de busca e apreensão. Na época, o parlamentar criticou a operação e negou qualquer envolvimento em atividades ilícitas.
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Em outra frente de investigação, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, depôs nesta terça-feira, 11 de julho, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques ocorridos em 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados.
O ex-ajudante de ordens afirmou que, apesar de sua proximidade com Bolsonaro, não participava de questões relacionadas à administração pública e não questionava o ex-presidente sobre as discussões e reuniões com autoridades dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Segundo Cid, sua função era de secretariado executivo, auxiliando nas atividades cotidianas do ex-presidente.
O tenente-coronel Mauro Cid está detido desde 3 de maio, acusado de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19, incluindo o de Bolsonaro e de parentes do ex-presidente. Ele também é apontado como um dos articuladores de uma conspiração para reverter o resultado das eleições de 2022, com planos de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mensagens encontradas em seu celular sugerem que ele reunia documentos para dar suporte jurídico a um golpe de Estado.
De acordo com o relatório de investigação da Polícia Federal, as mensagens encontradas evidenciam que o tenente-coronel Cid estava organizando documentos relacionados à declaração de Estado de Sítio, diante de "decisões inconstitucionais do STF". Cid compareceu à comissão por ordem do Supremo Tribunal Federal, mas optou por permanecer em silêncio, amparado pelo direito constitucional de não produzir provas contra si mesmo.
Cabe agora à Polícia Federal prosseguir com as investigações para esclarecer os detalhes desse possível envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma suposta tentativa de Golpe de Estado, bem como a participação do senador Marcos do Val e do ex-deputado Daniel Silveira nesse caso.
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As Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito (CPMIs) são instrumentos de investigação que reúnem membros do Congresso Nacional, tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado Federal. Essas comissões têm a finalidade de apurar fatos relevantes para o interesse público, abrindo espaço para uma análise conjunta e aprofundada sobre determinadas questões.
Os objetivos de uma CPMI são semelhantes aos de uma CPI, ou seja, investigar fatos que possam afetar a ordem constitucional, a segurança do Estado, o patrimônio público e social, ou que despertem relevante interesse da sociedade. As CPMIs podem ser criadas para investigar casos de corrupção, irregularidades em órgãos públicos, violações de direitos, entre outros assuntos de interesse público.
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