Com a Selic no patamar mais alto em seis anos, a expectativa de crescimento da está abaixo do 1%
A taxa básica de juros, a Selic, está no maior patamar desde o ano de 2017, com uma taxa de 13,75% ao ano. Os juros altos atrapalham o crescimento das empresas e deixam os empréstimos muito caros.
Na avaliação do colunista do UOL, José Paulo Kupfer, a manutenção deste cenário pode provocar uma crise de crédito na economia. “Um alerta amarelo sobre a crescente dificuldade de empresas rolarem suas dívidas e financiarem suas atividades tem soado com estridência cada vez maior”, escreve.
O jornalista cita que a Selic alta já afeta o volume de dinheiro em circulação. Com uma Selic de 13,75% em vigor a sete meses, os seus efeitos já estão sendo sentidos pela sociedade brasileira, visto que há uma “defasagem de seis meses a nove meses para que a política de juros produza efeitos máximos na contração do dinheiro em circulação e, em consequência, no crédito”.
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Segundo Kupfer, por conta dos juros altos, as empresas já estavam com dificuldades em conseguir crédito junto aos bancos, mas os escândalos das Americanas atrapalharam ainda mais os planos das companhias de expandirem as suas atividades.
“É que muitos bancos eram credores das Americanas e também de outras empresas que enfrentam dificuldades para saldar suas dívidas com as instituições. Tendo que fazer provisões elevadas para devedores duvidosos, os bancos terão lucros reduzidos e, em consequência, ficarão mais refratários a conceder créditos”, citou.
A consultoria LCA reforça o argumento do jornalista. Em relatório divulgado no dia 14 de fevereiro, os analistas relatam que há riscos de uma contração aguda do mercado de crédito.
"A desaceleração da atividade e o aperto monetário já são fatores importantes a conter a demanda por crédito. Já um ‘efeito-dominó’ do episódio da Americanas poderia deteriorar o mercado de crédito pelo lado da oferta", escrevem os analistas.
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De certa forma estes efeitos já foram observados no Boletim Focus. No documento, a projeção do PIB (Produto Interno Bruto) está variando a cada semana. Na publicação da segunda (13), a expectativa de crescimento era de 0,76%, embora tenha sido atualizada para 0,8% de ontem (22). Mas mesmo assim é um crescimento considerado baixo.
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