O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estima que inflação deve atingir o seu pico em maio e, assim, a taxa básica de juros, a Selic, pode iniciar um movimento de queda
Victor Meira | victor@jcconcursos.com.br
Publicado em 03/05/2022, às 12h28
Com manutenção da inflação alta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne hoje (03) para debater um novo aumento na taxa básica de juros, a Selic. Inclusive, o número deverá ser divulgado amanhã (04).
Atualmente, a Selic está em 11,75% ao ano, mas a expectativa do mercado financeiro é que ela suba um ponto percentual, ou seja, feche em 12,75%. Caso a projeção se concretize, será o 11º aumento consecutivo da taxa básica de juros.
A alta dos juros não deve parar por aí. No Boletim Focus divulgado ontem, a estimativa da Selic é encerrar o ano de 2022 em 13,25% ao ano.
A tendência de alta nos juros é um reflexo da manutenção da inflação alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, publicado na semana passada, apresentou a maior alta para um mês de abril desde o ano de 1995. No acumulado de 12 meses, o indicador está em 10,79%.
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Este número é quase o dobro do teto da meta do Banco Central, que é de encerrar o ano com inflação de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
No início de 2022, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, comentou que o ciclo de alta da inflação deveria terminar entre os meses abril e maio. Contudo, ele disse, em entrevista coletiva, que o futuro das taxas de juros no Brasil ainda depende da extensão dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Vale destacar que a inflação alta não é um fenômeno exclusivo do Brasil. De acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA, a inflação norte-americana atingiu o pior resultado desde o ano de 1981, com uma taxa de 8,5% no índice acumulado em 12 meses, durante o mês de abril.
Diante disso, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) também deve promover um aumento em sua taxa básica de juros, que seria a primeira em cinco anos. As estimativas do mercado é que os juros americanos sejam entre 0,25% a 0,5% ao ano.
Essa medida, segundo economistas, pode afetar o aumento dos juros no Brasil e mitigar esse efeito. Uma vez que uma nova alta por lá tem o potencial de atrair fluxo de capital que iria para outros países emergentes, como o Brasil.
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) serve como parâmetro de quanto o governo paga para tomar dinheiro emprestado por meio da emissão de títulos públicos.
A política monetária tem efeito sobre o câmbio. Em tese, altas na taxa Selic tendem a atrair o investimento externo em títulos públicos brasileiros, cuja rentabilidade aumenta, o que acaba pressionando o dólar para baixo diante do real.
*com informações da Agência Brasil
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