Cenário é ainda mais expressivo quando se trata de cursos de licenciatura. Outra questão é a adesão ao Enem, os estados do Norte e Nordeste apresentam menor participação
Conforme os dados do Censo da Educação Superior 2022, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o ensino a distância (EAD) está ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Em 2022, 72% dos estudantes aprovados no ensino superior privado optaram por essa modalidade de ensino, revelando um aumento na preferência por cursos online.
O cenário é ainda mais expressivo quando se trata de cursos de licenciatura, voltados para a formação de professores. Nesse caso, o índice de adesão ao EAD atingiu 93,2%.
A crescente popularidade do EAD tem gerado preocupações entre especialistas devido à regulamentação ainda frágil do setor e à dificuldade de avaliar a qualidade desses cursos. Os atuais mecanismos de avaliação não consideram fatores como a plataforma online utilizada pelas instituições de ensino ou o tempo dedicado a aulas síncronas, que permitem a interação em tempo real entre alunos e professores.
O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância de regulamentar essa situação, e o governo federal já tomou medidas para limitar a oferta de alguns cursos à distância, como enfermagem, direito, odontologia e psicologia, que foram suspensos, além de outros 12 cursos em discussão por meio de consulta pública.
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A flexibilidade de horários e a mensalidade mais acessível são os principais motivos pelos quais os alunos escolhem o EAD. Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, que representa mantenedoras de ensino superior, explicou que "80% do alunado brasileiro têm renda per capita de até 3 salários mínimos, ou seja, não têm condições de pagar mensalidades dos cursos presenciais."
Outros dados do Censo da Educação Superior 2022 revelam que o número de novos alunos que optaram pelo EAD cresceu 20% entre 2021 e 2022, totalizando 4,7 milhões de estudantes. Além disso, a quantidade de cursos EAD no ensino superior triplicou nos últimos quatro anos, passando de 3.177 em 2018 para 9.186 em 2022.
Essas estatísticas fornecem informações importantes para a formulação de políticas públicas e permitem entender o panorama da educação brasileira. Vale ressaltar que apenas 48,2% dos alunos que concluíram o ensino médio em 2022 realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que possibilita o acesso a universidades públicas e privadas por meio do Sisu, Prouni e Fies.
A situação varia de estado para estado, com estados como Bahia, Roraima, Maranhão e Pará apresentando menor adesão ao Enem. O ministro da Educação enfatizou que estão sendo tomadas medidas para reverter essa tendência de queda no número de inscritos no Enem, que ocorreu devido a cortes orçamentários nas universidades nos últimos anos.
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