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Criptografia de dados comprova fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro, afirma PF

Relatório também afirma que assessores e o próprio Bolsonaro sabiam das alterações no cartão de vacina. “Tinham plena ciência da inserção fraudulenta", diz PF

“Tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação”, diz Polícia Federal
“Tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação”, diz Polícia Federal - Divulgação/JC Concursos
Pedro Miranda

Pedro Miranda

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 03/05/2023, às 18h17 - Atualizado às 19h30

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A Polícia Federal (PF) informou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua filha receberam certificados de vacinação contra Covid-19, emitidos por meio do aplicativo ConecteSUS, com dados supostamente falsos. Segundo o relatório da PF, um dos documentos foi emitido um dia após a inserção desses dados falsos no sistema.

O relatório também afirma que assessores próximos do ex-presidente também sabiam das alterações no cartão de vacina. Nesta quarta-feira (3), a PF prendeu seis pessoas e cumpriu 16 mandados de busca e apreensão contra suspeitos. O ex-presidente nega as acusações e afirma que não foi vacinado contra Covid-19.

As investigações da PF apontam que em 21 de dezembro do ano passado, foram incluídas informações sobre a aplicação de duas doses da vacina da Pfizer contra Covid-19 no ex-presidente. Após o lançamento no ConecteSUS, é possível gerar um comprovante de imunização.

Seis dias depois, em 27 de dezembro, os dados foram excluídos do sistema pela servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues Da Silva, sob a alegação de "erro". O relatório da PF aponta que, ao todo, quatro certificados de vacinação foram emitidos pelo usuário associado a Bolsonaro.

Dois deles, publicados antes da exclusão das informações supostamente falsas, trazem as informações das duas doses do imunizante da Pfizer. Os outros dois certificados foram emitidos após a exclusão das informações, apenas sobre uma vacina da Janssen, que teria sido aplicada em 2021.

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Os certificados de vacinação foram emitidos em nome de Bolsonaro através de sua conta no ConecteSUS
Certificados foram emitidos em nome de Bolsonaro através do ConecteSUS.

A conta do ex-presidente no ConecteSUS foi acessada usando a conexão do Palácio do Planalto nas datas de 22 e 27 de dezembro de 2022. O acesso no dia 30 de dezembro foi feito pelo celular do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, considerado braço direito de Bolsonaro.

Segundo a PF, até o dia 22 de dezembro, o usuário do ex-presidente no sistema do MS estava associado a um e-mail de Mauro Cid. Após a emissão do primeiro certificado, a conta passou a ser associada ao e-mail de outro assessor do ex-presidente, Marcelo Costa Câmara, que integrou a comitiva de Bolsonaro aos Estados Unidos.

Para a PF, as evidências apontam que os certificados de vacinação foram emitidos por pessoas próximas a Bolsonaro, e que "não se evidenciou qualquer fato suspeito relacionado à utilização indevida do usuário do ex-Presidente da República, por terceiros não autorizados". A apuração aponta que Bolsonaro e os assessores "tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente momento".

As supostas informações falsas sobre a vacinação de Bolsonaro foram inseridas no Ministério da Saúde pelo secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, preso na operação desta quarta-feira (3).

Bolsonaro permaneceu nos Estados Unidos por três meses após as informações terem sido excluídas em 30 de dezembro.

***Com informações do g1

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