Uma ação da Defensoria Pública da União (DPU) no Supremo Tribunal Federal (STF) pode destinar as propriedades dos acusados de trabalho escravo para a reforma agrária
Uma ação da Defensoria Pública da União (DPU) no Supremo Tribunal Federal (STF) propõe expropriar imóveis usados em trabalho semelhante à escravidão. Além disso, a DPU também pede para que sejam confiscados os bens das empresas flagradas cometendo esse tipo de crime.
A Defensoria Pública ressalta que a Constituição estabelece que as propriedades utilizadas para prática de trabalho escravo devem ser destinadas à reforma agrária ou habitação popular, sem que o proprietário da terra ou imóvel receba qualquer indenização.
+Até R$ 1 mil por mês: entenda cada cenário do Bolsa Família 2023
Nesse sentido, a Defensoria Pública chama atenção para a determinação constitucional que prevê a destinação das propriedades utilizadas para essa prática para a reforma agrária ou habitação popular, sem que haja indenização ao proprietário.
LEIA TAMBÉM
Apesar disso, como a norma não foi regulamentada pelo Congresso Nacional, ela não é aplicada no Brasil. Assim, a ação da DPU no STF pretende provocar a corte para que ela cobre do Legislativo providências para regulamentar a expropriação de terras usadas para trabalho semelhante à escravidão, conforme indica a Agência Brasil.
Além disso, a ação requer uma liminar do Supremo Tribunal Federal para possibilitar a expropriação imediata das propriedades, com base na mesma lei utilizada para expropriar terras utilizadas no cultivo de plantas psicotrópicas, tais como a maconha.
+Boletim Focus: mercado volta a elevar perspectiva de inflação e do PIB brasileiro
Em uma ação conjunta da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), realizada no dia 22 de fevereiro em Bento Gonçalves/RS, foram resgatados 207 trabalhadores em condição análoga à escravidão. Dentre os resgatados, 198 são baianos e nove são gaúchos.
Nas vinícolas Santol, Cooperativa Garibaldi e Aurora, foram realizados os resgates dos trabalhadores que, segundo as denúncias, eram submetidos a agressões físicas e verbais, trabalhavam por até 15 horas diárias, sem acesso a itens básicos como lençóis, toalhas e talheres, além de serem alimentados com produtos estragados.
O empresário responsável pelas vinícolas, Pedro Augusto de Oliveira Santana, foi preso durante a operação e encaminhado para a delegacia da PF em Caxias do Sul/RS, mas posteriormente foi liberado mediante pagamento de uma fiança no valor de R$ 40 mil.
+++Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos
Siga o JC Concursos no Google NewsSociedadeBrasilMais de 5 mil cidades no Brasil!
+ Mais Lidas
JC Concursos - Jornal dos Concursos. Imparcial, independente, completo.