Nos pleitos anteriores, os códigos eram abertos para inspeção seis meses antes da eleição. Para a Eleições 2022, as urnas foram abertas um ano antes
O agora ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, em um de seus últimos despachos, autorizou a inclusão de nove militares no grupo de técnicos das Forças Armadas que inspeciona o código-fonte da urna eletrônica. O prazo para os trabalhos previstos para terminar na última sexta-feira (12) foi prorrogado para o dia 19 deste mês.
Na autorização, Fachin expressou o reconhecimento do TSE às contribuições das Forças Armadas dentro da Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), "sobretudo pelo valioso suporte operacional e logístico prestado por elas em todas as últimas eleições". Na semana passada, o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, pediu a inclusão de nove militares. Segundo o ministro, os nomeados são técnicos com conhecimentos das linguagens de programação C++ e Java, essenciais para a verificação do código fonte.
O novo integrante temporário foi nomeado pelo Ministério da Defesa dois dias depois de o TSE ter excluído o coronel Ricardo Sant'Anna da equipe de fiscalização das Forças Armadas. Em carta, Fachin disse que a medida foi tomada porque as informações postadas pelos militares nas redes sociais "foram rotuladas como falsas e se prestaram a fazer militância contra as mesmas urnas eletrônicas", que pretendia fiscalizar.
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Os códigos-fonte são as linhas de comando que compõem os programas de computador, que por sua vez são usados para a operação de determinados dispositivos eletrônicos. No caso da Justiça Eleitoral, a integridade do código do sistema de votação é fundamental para evitar fraudes.
A verificação do código-fonte dos sistemas de votação eletrônica é uma das etapas obrigatórias do processo eleitoral e pode ser realizada por dezenas de órgãos autorizados. A lista inclui partidos, Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), universidades, Tribunal de Contas da União (TCU), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Forças Armadas, entre outras.
Nas eleições anteriores, os códigos eram abertos para inspeção seis meses antes da eleição. No entanto, no atual processo eleitoral das Eleições 2022, o TSE decidiu abrir o acesso ao código em outubro de 2021, um ano antes da votação. Na ocasião, o ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do Tribunal Eleitoral, disse que a medida foi tomada para aumentar a transparência.
No entanto, as inspeções do código-fonte pelas Forças Armadas não haviam começado até este mês, dois dias depois que o Ministério da Defesa pediu acesso "urgentíssimo" aos dados. Em resposta, o TSE informou que as inspeções estavam abertas desde outubro, bastando que a equipe tivesse se cadastrado para realizar fiscalizações na sede da Justiça Eleitoral.
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