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Entidade defende produtores de vinho sobre trabalho escravo: "falta de mão de obra"

A denúncia de trabalho escravo em vinícolas no Rio Grande do Sul surpreendeu a sociedade nos últimos dias. Os trabalhadores eram extorquidos e torturados

Os trabalhadores das vinícolas no Rio Grande do Sul eram extorquidos e torturados
Os trabalhadores das vinícolas no Rio Grande do Sul eram extorquidos e torturados - Reprodução/RBS TVb
Pedro Miranda

Pedro Miranda

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 28/02/2023, às 19h25

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A denúncia de trabalho escravo em vinícolas no Rio Grande do Sul surpreendeu a sociedade nos últimos dias. De acordo com informações divulgadas pelas autoridades locais, diversas propriedades foram flagradas mantendo trabalhadores em condições degradantes, com jornadas excessivas e sem remuneração adequada.

O caso veio à tona na quarta-feira (22), quando três trabalhadores se entregaram à polícia após fugirem de casa que eram mantidos contra a vontade. As operações realizadas no mesmo dia resultaram no resgate de mais de 200 pessoas que faziam trabalho análogo ao escravo durante a colheita de uva.

Em nota, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves, na Serra do RS, afirmou que a situação de trabalho semelhante à escravidão descoberta na cidade tem relação com “um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade” que causa “falta de mão de obra” na cidade.

No entanto, a unidade considerou essa prática “inaceitável” e exigiu que os responsáveis ​​fossem severamente punidos.

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Os trabalhadores das vinícolas no Rio Grande do Sul eram extorquidos e torturados

Os trabalhadores foram contratados pela Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda., que fornece mão de obra para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi, Salton e produtores rurais da região. Eles alegaram que foram submetidos a chantagens, ameaças, espancamentos e tortura com choques elétricos e spray de pimenta.

O gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul, Vanius Corte, destacou ao g1 que os casos detectados na semana passada foram um “problema acidental” que não refletia a prática usual do setor. Segundo ele, a produção de vinho na região é idônea e responsável. No entanto, rejeitou a justificativa da CIC.

“Entendo a posição de defender as empresas e de dizer que elas são idôneas e responsáveis, porque elas são. Mas a responsabilidade não é dos trabalhadores. Quem é responsável é quem contrata a mão de obra, que precisa saber em que condições essas pessoas trabalham. Dizer que o problema é falta de mão de obra porque as pessoas não querem trabalhar é muito simplista. As empresas podem vender uma garrafa de vinho a R$ 200 e não podem pagar um pouco melhor? Se a remuneração fosse mais adequada, será que não teria mais gente?”, disse.

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