A expansão da Escola em Tempo Integral esbarra em desafios que precisam ser enfrentados para garantir uma implementação bem-sucedida. Confira quais
A implantação da Escola em Tempo Integral tornou-se política pública nacional com a sanção da Lei 14.640/2023, que instituiu o Programa Escola em Tempo Integral. O governo federal destinará R$ 4 bilhões para ampliar o número de matrículas em tempo integral nas escolas de educação básica em 2023, com a meta de alcançar cerca de 3,2 milhões de matrículas até 2026.
Na última quinta-feira (3), o município de Mata de São João, na Bahia, celebrou um marco importante ao atingir a meta de ter todas as matrículas das escolas municipais em tempo integral. Com a inauguração da Escola Municipal Professora Angelina Rodrigues do Nascimento, na Praia do Forte, os alunos da educação infantil e do ensino fundamental passam pelo menos sete horas por dia na escola, participando de atividades esportivas, culturais e de sustentabilidade.
Apesar dos benefícios evidentes, a transição para o ensino integral não está livre de desafios, e professores alertam para algumas questões que precisam ser consideradas. Mata de São João tem sido referência em tempo integral desde 2010, o que contribuiu para a melhora do desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na região metropolitana.
Segundo o secretário de Educação do município, Alex Carvalho, a decisão de investir em educação integral baseou-se em estudos e pesquisas que apontaram a modalidade como uma possibilidade de aprimorar a qualidade da aprendizagem dos alunos.
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Para além da estrutura das escolas, o ambiente natural da cidade, como a praia, o campo e a praça, tem sido utilizado para enriquecer o processo educacional dos estudantes, proporcionando aprendizados diversos e interativos.
O modelo de educação em tempo integral também é destacado por experiências positivas em outras regiões do país, como na Escola de Referência em Ensino Médio Ginásio Pernambucano, no Recife. Lá, os alunos têm aulas das 7h30 às 17h e participam de atividades tanto conduzidas pelos professores quanto desenvolvidas pelos próprios estudantes para incentivar seu protagonismo.
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Apesar desses sucessos, a expansão do ensino em tempo integral esbarra em desafios que precisam ser enfrentados para garantir uma implementação bem-sucedida. A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, aponta a necessidade de estrutura adequada e bolsas para auxiliar os estudantes que permanecerão mais tempo na escola.
A falta de suporte pode fazer com que alunos que precisam trabalhar acabem abandonando os estudos. Outra questão levantada é que algumas escolas, ao adotarem o ensino integral, acabam fechando a modalidade noturna, o que afeta estudantes que precisam trabalhar para complementar sua renda.
Portanto, é essencial oferecer condições para que esses alunos possam participar do ensino integral sem prejudicar sua situação socioeconômica. A coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, também destaca a importância de priorizar escolas que atendam estudantes em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica, a fim de garantir que a educação integral seja uma realidade para todos.
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