Especialistas apontam para o racismo presente nos aeroportos e sistemas de controle de segurança, destacando a falta de representatividade e as barreiras enfrentadas por pessoas negras
Especialistas apontam para o racismo presente nos aeroportos e nos sistemas de controle de segurança, onde a presença de pessoas negras é escassa. Recentemente, o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) denunciou ter sido vítima de racismo durante uma abordagem policial antes de embarcar para Foz do Iguaçu. Ele foi retirado do avião para uma inspeção aleatória de bagagem realizada por policiais federais.
O caso da pesquisadora Samantha Vitena, que foi retirada de um voo em Salvador após uma discussão sobre o despacho de uma mala, também ganhou repercussão. O Quilombo Aéreo, coletivo formado por trabalhadores do setor aéreo, destaca que o racismo é um problema antigo na aviação e ressalta a importância da visibilidade dada a esses casos recentes.
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A falta de representatividade negra tanto entre os funcionários quanto entre os usuários agrava o racismo no setor aéreo. A pesquisa realizada pelo Quilombo Aéreo em parceria com a Universidade Federal de São Carlos revelou que não há nenhuma mulher negra pilotando aviões no Brasil, enquanto apenas 2% dos pilotos são negros.
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Dos comissários de bordo, apenas 5% são pessoas negras. Jivarlos da Cruz, cofundador do coletivo, destacou que a sensação de falta de acolhimento e segurança é influenciada pela elitização do ambiente e pela ausência de pessoas negras.
A visão sobre segurança nos aeroportos é apontada como um dos fatores que torna o ambiente hostil para as pessoas negras. O sociólogo Diego Francisco ressalta que é necessário um trabalho de conscientização não apenas com a Polícia Federal, mas também com os agentes de segurança responsáveis pela inspeção de passageiros.
O racismo também afeta os trabalhadores do setor, seja de forma velada ou explícita, impactando a qualidade do atendimento prestado. As barreiras e os controles de segurança nos aeroportos são apontados como evidências do racismo presente nesses espaços. Os procedimentos aleatórios tendem a ter viés racial, e é fundamental uma reflexão prévia sobre esses processos para evitar discriminações.
***Agência Brasil
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