Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, foi preso na manhã desta quarta-feira (9) em investigação da PF sobre possível interferência nas eleições 2022
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso na manhã desta quarta-feira (9) em investigação da Polícia Federal (PF) sobre possível interferência no segundo turno das eleições de 2022. A PF realizou a prisão em Florianópolis (SC).
Durante o segundo turno das eleições, que ocorreu em 30 de outubro de 2022, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) conduziu diversas operações de blitz, restringindo a mobilidade dos eleitores, especialmente na região Nordeste, na qual o então candidato e hoje presidente Lula (PT) possuía uma vantagem substancial em relação ao seu oponente, Jair Bolsonaro (PL), segundo as pesquisas eleitorais.
No dia anterior, Vasques havia publicado seu voto em Bolsonaro no Instagram, mas essa postagem foi posteriormente excluída. Diante dessa situação, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, emitiu uma ordem imediata de suspensão das blitzes, ameaçando Vasques com prisão caso não cumprisse a determinação.
O não cumprimento da ordem acarretaria em possíveis medidas como o afastamento de Vasques, detenção em flagrante por desobediência e multa de R$ 100 mil por cada hora de descumprimento.
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Em resposta, Vasques foi convocado a comparecer ao edifício do TSE no decorrer da tarde do segundo turno eleitoral, a fim de prestar esclarecimentos sobre as operações policiais relacionadas ao transporte público de eleitores.
Um total de 560 abordagens a veículos coletivos envolvidos no transporte de eleitores foram registradas, de acordo com informações internas da PRF. Já no dia anterior, o TSE havia decidido que a PRF não deveria realizar operações no transporte público, visando não prejudicar o processo de votação.
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Segundo levantamento realizado pela BBC News Brasil, Silvinei Vasques, que é natural de Ivaiporã, no Estado do Paraná, assumiu o cargo de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em abril de 2021, por indicação do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Ele sucedeu Eduardo Aggio no cargo.
Torres, que anteriormente ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), encontrava-se nos Estados Unidos, na Flórida, no momento em que ocorreram os incidentes de 8 de janeiro. Ele foi detido preventivamente sob suspeita de negligência deliberada na segurança, o que supostamente teria contribuído para os atos de vandalismo ocorridos, de acordo com as alegações. Torres negou veementemente qualquer omissão ou facilitação dos eventos.
Vasques possui formação acadêmica diversificada. Ele se graduou em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina e em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí. Além disso, é especializado em Segurança Pública pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e pela Escola Superior de Administração e Gerência da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc).
Ele também obteve um título de Especialista em Gestão Organizacional pelo Centro Universitário de Maringá (Cesumar), um mestrado em Administração pela Universidade Uniatlantico, na Espanha, e está em processo de doutorado em Direito pela Universidade Católica de Santa Fé, na Argentina.
Com uma trajetória na PRF que teve início em 1995, quando ingressou aos 20 anos, Vasques se aposentou no ano anterior, aos 47 anos. Sua aposentadoria foi possível pelas regras anteriores que permitiam deixar a corporação após 20 anos de contribuição, independentemente da idade. Posteriormente, com a Reforma da Previdência, os requisitos foram ajustados para 25 anos de contribuição e uma idade mínima de 55 anos.
Ao longo de sua carreira, ele ocupou posições de gestão e liderança em diversas áreas, incluindo o cargo de superintendente em Santa Catarina e coordenador-geral de operações na capital federal.
Além disso, entre 2007 e 2008, Vasques desempenhou as funções de secretário municipal de Segurança Pública e de Transportes no município de São José. Antes de se tornar diretor-geral da PRF, ele também ocupou a posição de superintendente da corporação no estado do Rio de Janeiro.
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