Documento declara que a manifestação dos servidores vai além da esfera trabalhista. Entenda os motivos da paralisação dos funcionários públicos em SP
A greve que impactou as operações do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) nesta terça-feira (28) não se limita a questões salariais ou benefícios trabalhistas, destacando-se como um ato de resistência contra a privatização não só dos serviços de transporte, mas também da Sabesp, responsável pelo fornecimento de água e tratamento de esgoto no estado.
Ao contrário de movimentos anteriores, os sindicatos envolvidos afirmam que a greve é uma expressão política e trabalhista, alertando para as potenciais perdas de emprego resultantes da privatização desses serviços. Enquanto os representantes do governo veem a paralisação como uma manifestação exclusivamente política contra a administração atual.
O processo de privatização mais avançado envolve a Sabesp, atualmente em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), com a possibilidade de votação em breve. No caso das concessões de linhas do Metrô e CPTM à iniciativa privada, ainda estão sendo conduzidos estudos.
Atualmente, duas das cinco linhas do Metrô, a 4-Amarela e a 5-Lilás, já operam sob concessão. O governo busca privatizar a operação das demais linhas. Na CPTM, duas das sete linhas, a 9-Esmeralda e a 8-Diamante, também estão privatizadas.
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Um documento assinado por diversos sindicatos e movimentos sociais, encaminhado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e ao prefeito da cidade, Ricardo Nunes, declara que a manifestação vai além da esfera trabalhista, representando "pautas legítimas e de interesse do povo paulista" contra a tentativa de privatização da Sabesp, Metrô e CPTM.
O Sindicato dos Metroviários destaca a necessidade de um plebiscito oficial sobre a privatização dos serviços públicos e solicita a suspensão da tramitação do projeto de lei da Sabesp para possibilitar um debate público mais amplo.
A presidente do Sindicato, Camila Lisboa, ressalta a importância de ouvir a opinião da população, referindo-se ao plebiscito popular que apontou mais de 90% de rejeição à privatização dos serviços essenciais.
Nesta terça pela manhã, Freitas declarou que a greve é considerada "ilegal e abusiva". Ele classificou o movimento como um ato "político e desarrazoado", reiterando que os estudos sobre privatização não serão interrompidos.
Além disso, o governador assegurou que a privatização da Sabesp está programada para o próximo ano. "Vamos prosseguir conforme prometido. A operação da Sabesp acontecerá no ano que vem, sem dúvida, e será um grande sucesso", afirmou Freitas.
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