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Guedes quer ampliar tempo de reajuste nos combustíveis pensando nas eleições

A retomada da demanda por produtos e serviços no pós-pandemia e a Guerra na Ucrânia provocaram uma forte alta nos preços dos combustíveis nos últimos meses

Ministro da Economia, Paulo Guedes
Ministro da Economia, Paulo Guedes - Agência Brasil

Victor Meira | victor@jcconcursos.com.br
Publicado em 23/05/2022, às 10h36

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O preço da gasolina já subiu quase 10% em 2022, conforme um levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis). A tendência é que os preços dos combustíveis continuem neste movimento de alta por causa da Guerra na Ucrânia, que provocou uma disrupção na commodity. Diante disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou que a Petrobras amplie o intervalo para aumentar os preços dos combustíveis. A informação foi apresentada pela jornalista Malu Gaspar do jornal O Globo nesta segunda-feira (23).

O objetivo da ação do ministro é tentar amenizar os efeitos de fortes altas nos preços dos combustíveis nos preços do mercado internacional. Segundo Gaspar, a sugestão de Guedes é ter um intervalo médio de 100 dias. 

A ideia já está sendo debatida dentro do governo, principalmente após a nomeação do novo ministro da Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que foi braço direito do ex-banqueiro dentro da pasta de Economia. 

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Guedes avalia que o cenário de guerra no leste europeu deve manter o preço alto do petróleo. Deste modo, ele entende que, em tempos de guerra, os reajustes devem ser realizados por um tempo maior de tempo para evitar a volatilidade nos preços dos combustíveis. 

A colunista do O Globo também relata que Paulo Guedes defendeu em mais de uma oportunidade, quando Joaquim da Silva e Luna ainda ocupava a cadeira da presidência da Petrobras, que ao invés do governo oferecer subsídios para reduzir os preços dos combustíveis, a empresa petrolífera deveria reduzir a sua margem de lucro.

No início de maio, durante a live em suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro reclamou dos lucros da Petrobras. Inclusive, ele considerou os resultados do primeiro trimestre de 2022 um “estupro”.

"Eu não posso entender, a Petrobras durante crise da pandemia e a guerra lá fora, a Petrobras faturar horrores. O lucro da Petrobras é maior que a crise. Isso é um crime, é inadmissível. Eu posso estar equivocado, mas não consigo entender. [...] O Brasil, se tiver mais um aumento (no preços dos combustíveis), pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende, ou não quer entender. A gente sabe que têm leis. Mas a gente apela para a Petrobras que não aumente os preços", reclamou o presidente na época.

Entenda como a política de preços da Petrobras pode ser um fator eleitoral

Em 2017, o então presidente da república, Michel Temer (MDB), instituiu o PPI (Preço de Paridade Internacional) na Petrobras. Com isso, a empresa é obrigada a praticar preços competitivos em relação ao mercado internacional. 

Apesar de ser obrigada a equiparar os preços, quem define a política para o intervalo de reajuste nos preços é a direção da empresa petrolífera. 

A política da Petrobras aponta que a companhia tem um prazo de até 12 meses para igualar os preços, porém ela não diz em qual frequência os reajustes devem ser promovidos.

Logo, a estatal ajusta os aumentos ou reduções conforme as suas análises de mercado e projeções de alta ou de queda, para chegar em uma média dos últimos doze meses aos poucos e não de uma vez só. Essa estratégia é feita para não provocar grandes mudanças nos preços. 

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Para ilustrar isso em um evento prático, os últimos dois reajustes, em maio, do diesel, e em março, gasolina e gás de cozinha, foram realizados em intervalos de 60 e 57 dias. Entretanto, já foi observado um período de 89 dias entre eles. 

Dentro do Ministério da Economia, há um estudo para adotar uma média móvel e dela ser revista a cada 100 dias. 

A adoção de um período maior para o reajuste pode ser encarado como um cálculo político para as eleições de 2022, uma vez que o aumento nos preços dos combustíveis é um dos calcanhares de Aquiles do presidente Jair Bolsonaro (PL). Com o intervalo maior, é possível empurrar a alta para depois do período eleitoral.

Porém, este movimento é pouco provável que aconteça, uma vez que as projeções indicam que a tendência altista do petróleo no mercado internacional irá continuar no segundo semestre. 

Além disso, é preciso destacar que a volatilidade com tendência de alta forte pode provocar um forte reajuste nos preços dos combustíveis, caso o faça de uma vez. 

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