Inflação: para economizar, brasileiros substituem refeições por lanches; veja estudo

As famílias brasileiras estão buscando estratégias para reduzir os gastos mensais. Com a inflação cada vez mais alta, a única saída tem sido cortar pequenos prazeres da rotina. Para se ter uma ideia, a população tem trocado refeições por lanches, de acordo com uma pesquisa de consumo realizada pela Kantar, divulgada nesta sexta-feira (8). Essa mudança de comportamento vem sendo observada em todas as classes sociais, especialmente na classe C.

A pesquisa Consumer Insights 2022 apontou que enquanto o valor médio de uma refeição completa nos três primeiros meses do ano ficou em torno de R$ 43,94, o gasto médio com lanches (salgadinhos e guloseimas) foi quase quatro vezes menor, em torno de R$ 10,43. Em entrevista à Agência Brasil, o diretor comercial da Kantar David Fiss disse que além do custo, outro motivo que explica o brasileiro trocar a refeição pelo lanche é a praticidade.

“O brasileiro busca cada vez mais a praticidade no tipo de alimentação dele. Então a gente começa a enxergar cada vez mais a presença de sanduíches principalmente nas ocasiões onde eram fortes as refeições tradicionais”, afirma o representante da Kantar.

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A alta da inflação também tem feito brasileitos reduzirem gastos com alimentação fora de casa

David também destacou a questão da praticidade e do preço desses lanches prontos. “Quando você compra embutidos, você consegue compartilhar melhor os produtos ou comprar a granel, que é um fator também que se ajusta ao bolso do consumidor” explica o diretor e acrescenta que o “custo é bem mais acessível do que as refeições tradicionais”.

O estudo também mostra que as famílias brasileiras reduziram os gastos fora de casa em 2022, priorizando o consumo dentro de casa. Segundo a Kantar, isso acontece por causa da inflação. Como resultado, o gasto médio trimestral doméstico aumentou de 1.329 reais no ano passado para 1.369 reais no primeiro trimestre deste ano, enquanto os gastos externos aumentaram de uma média de 288 reais para 278 reais no mesmo período.

Ainda segundo a Kantar, os gastos com consumo massivo em casa representaram 52% do orçamento familiar, em média. O gasto das famílias nas categorias D e E é maior, representando 60% do consumo, contra cerca de 47% nas categorias A e B.

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