Economista da Serasa Experian destaca que a Selic alta dificulta a busca por crédito e que o cenário deve melhorar a médio prazo
Nesta semana, o Governo Federal divulgou o início do programa Desenrola Brasil com o objetivo de diminuir o número de inadimplentes no Brasil e estimular a busca por crédito no país. Apesar disso, um estudo da Serasa Experian mostra que a busca por crédito pelas empresas teve uma queda de 3,5% no primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado.
Pela primeira vez desde 2020, nos primeiros seis meses do ano, o Indicador de Demanda das Empresas por Crédito registrou uma retração, lembrando os meses iniciais da pandemia da covid-19.
De acordo com Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, a Selic atual de 13,75% ao ano, determinada pelo Banco Central (BC), torna as condições de obtenção de crédito pouco atrativas para os empreendedores. Isso resulta no adiamento, por enquanto, da busca por recursos financeiros por parte dos empresários.
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Rabi afirma que à medida que a economia se recupere e as taxas de juros comecem a diminuir, pode-se observar uma retomada no indicador.
A taxa de juros está no nível mais alto desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está agendada para o início de agosto. O mercado financeiro espera uma redução na Selic.
Entre os diferentes setores da economia, aquele que engloba financeiras, setor primário e terceiro setor registrou o maior crescimento na busca por crédito, com uma significativa alta de 10,3%. Logo em seguida, está o setor de comércio, com um aumento de 0,8% no acumulado dos últimos seis meses. Por sua vez, a indústria teve uma queda de 2%, enquanto o setor de serviços enfrentou uma retração expressiva de 7,2% no indicador.
Ao analisar a busca por crédito de acordo com o porte das empresas, observa-se que as grandes empresas tiveram um aumento significativo de 15,7%, seguidas pelas médias empresas, com uma alta de 3,3%. Em contrapartida, as pequenas empresas enfrentaram um cenário desafiador, com um percentual negativo de -3,8%, quando comparado aos primeiros seis meses de 2022.
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Em relação aos estados, o Mato Grosso liderou o ranking com a maior alta na busca por crédito, alcançando 7,4%, seguido por Santa Catarina (6,3%), Mato Grosso do Sul (6%), Tocantins (4,2%) e o Distrito Federal (5,5%). Por outro lado, o Rio de Janeiro teve a maior retração, registrando -13,1%, seguido por Amapá (-11,9%), Alagoas (-11,7%), Minas Gerais (-8,9%) e Sergipe (-7,7%), que foram os estados com as maiores quedas na busca por crédito.
O Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito é calculado a partir de uma amostra de cerca de 1,2 milhão de CNPJ consultados mensalmente na base de dados da empresa de consultoria. São consideradas transações que configuram alguma relação de crédito entre as empresas e as instituições do sistema financeiro.
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