Poderão refazer o Enem aqueles que estavam inscritos em locais de prova em um raio de 5 quilômetros da comunidade. Decisão foi tomada pelo DPU do RJ
Candidatos residentes em Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, que foram vítimas de uma operação policial no dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), terão direito a refazer o exame no dia 17 de janeiro, segundo decisão liminar da Justiça Federal do estado. Também poderão refazer o teste aqueles que estavam inscritos em locais de prova em um raio de 5 quilômetros da comunidade.
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A decisão foi tomada em resposta a uma ação civil pública movida pela Defensoria Pública da União (DPU). A DPU afirma que recebeu informações de que diversos candidatos inscritos, que deveriam fazer o exame no Jacarezinho e região, não compareceram aos locais de prova por causa de tiroteios e ações policiais.
"O clima era de pânico, havendo inclusive pessoas baleadas. Os relatos indicavam prejuízos de candidatos que sequer conseguiram sair de suas residências e de outros que ficaram abalados nas salas de prova, ouvindo os disparos dos confrontos", afirma a defensoria.
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Em 21 de novembro, a DPU já havia enviado um ofício ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e diz ter recebido como resposta que não houve qualquer tipo de ocorrência na comunidade do Jacarezinho que viesse a comprometer a aplicação das provas. Segundo a DPU, o Inep disse ainda que todos os participantes que se sentissem prejudicados teriam até 25 de novembro para acessar o site e se inscrever para a reaplicação das provas.
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O juiz federal Eugênio Rosa de Araújo entendeu, em sua decisão, que a operação policial realizada no fim de semana do Enem, "andou na contramão dos direitos fundamentais dos participantes do exame".
"Não cabe a este juízo analisar o mérito e a legalidade da operação, mas não pode despir a operação policial das suas consequências para a sociedade, em especial os candidatos do Enem naquela região; logo, não há como ignorar ou afastar o impacto direto da ação policial no direito dos candidatos", escreveu.
O prazo para cumprimento da decisão é de 30 dias úteis e multa de R$ 50 mil.
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