Busca por um superávit fiscal a qualquer custo poderia resultar em cortes drásticos nos investimentos em obras essenciais, disse o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou os desafios econômicos do país em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira no Palácio do Planalto. Lula afirmou que, embora o novo arcabouço fiscal estabeleça a meta de resultado primário zero para 2024, dificilmente o governo a cumprirá. Segundo o presidente, a busca por um superávit fiscal a qualquer custo pode resultar em cortes drásticos nos investimentos em obras essenciais.
Lula enfatizou que o país não precisa necessariamente de uma meta fiscal zero, destacando que a imposição de metas rígidas pode prejudicar projetos prioritários para o desenvolvimento nacional. "Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo cortes de bilhões nas obras que são fundamentais para o país. O mercado, por vezes, é ganancioso demais e insiste em metas sabendo que não serão alcançadas", declarou o presidente.
O presidente Lula também mencionou a importância de manter a flexibilidade necessária para garantir o progresso econômico, mesmo que isso signifique um déficit de 0,5% ou 0,25%. Ele argumentou que um déficit modesto não é um grande problema, desde que o governo continue investindo no crescimento econômico.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia reconhecido os desafios de zerar o déficit e enfatizou a necessidade de colaboração com o Congresso Nacional para atingir esse objetivo. O governo enviou várias medidas provisórias e projetos de lei destinados a reduzir benefícios fiscais e aumentar a arrecadação.
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Além disso, o presidente Lula expressou otimismo em relação à economia, prevendo um crescimento do PIB de 3% ou mais em 2023. Para 2024, ele destacou que, apesar dos desafios econômicos globais, o governo está empenhado em minimizar os impactos internos.
Lula ressaltou as oportunidades na energia verde como uma alavanca para atrair investimentos, gerar empregos e estimular a economia. Ele também delegou ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, a tarefa de promover os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Brasil e no exterior.
O presidente concluiu a coletiva afirmando que o Brasil é um "novo berçário de investimentos" e está determinado a enfrentar os desafios econômicos de forma proativa.
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