STF visa estabelecer critérios objetivos para diferenciar traficantes de usuários. Debate evidencia as diferentes perspectivas sobre o tema, que vai além da questão jurídica
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou por votação simbólica, nesta quarta-feira (13), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pode mudar o cenário legal relacionado ao uso e porte de drogas no Brasil. A emenda propõe a inclusão, no artigo 5º da Constituição, da consideração do porte e posse de entorpecentes como crime, independentemente da quantidade, sem autorização ou em desacordo com a legislação vigente.
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A votação contou com apenas quatro senadores dos 27 membros da CCJ se posicionando contrários ao texto. O projeto também estabelece a distinção entre traficantes e usuários, com a aplicação de penas alternativas à prisão e tratamento contra a dependência para estes últimos, baseando-se nas circunstâncias do caso concreto.
O relator da PEC, senador Efraim Filho (União-PB), argumentou que o parlamento brasileiro é o espaço adequado para debater o tema e justificou a medida para combater o tráfico de drogas, evitando a possibilidade de legalização do porte de qualquer quantidade de entorpecentes.
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Essa proposta surge como resposta ao julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de considerar o porte de maconha para uso pessoal como crime. O STF visa estabelecer critérios objetivos para diferenciar traficantes de usuários com base na quantidade de drogas apreendidas. O julgamento, no entanto, foi suspenso por pedido de vista do ministro Dias Toffoli na semana anterior.
A emenda incorpora a preocupação em evitar a discriminação, especialmente racial e social, na aplicação da lei. Contudo, opiniões divergem sobre a eficácia da medida. Enquanto alguns senadores defendem que a definição sobre quem é usuário ou traficante deve ser deixada para as autoridades responsáveis pelas apreensões, outros expressam preocupação com a possibilidade de encarcerar usuários, contribuindo para o fortalecimento das facções criminosas.
O debate evidencia as diferentes perspectivas sobre o tema, que vai além da questão jurídica, envolvendo aspectos sociais, econômicos e de saúde pública. Enquanto alguns defendem a manutenção da criminalização para combater o tráfico, outros argumentam que políticas mais progressistas são necessárias para lidar com o uso de drogas, enfatizando tratamentos e políticas de redução de danos.
A medida ainda precisa passar pela análise do plenário do Senado, onde novos debates e possíveis alterações podem ocorrer antes da sua eventual promulgação.
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