O Brasil é o segundo país no mundo em que o uso compulsivo de celular é mais frequente, revelando uma "epidemia" de vício em aparelhos móveis que causa problema de saúde
O Brasil é o segundo país no mundo em que o uso compulsivo de celular é mais frequente, perdendo apenas para a África do Sul, revelando uma "epidemia" de vício em aparelhos móveis que atinge uma parcela significativa da população. Esta preocupante realidade foi discutida em uma audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que contou com a presença de psiquiatras e representantes do governo.
A audiência foi conduzida pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que apresentou dados alarmantes sobre o crescente vício em dispositivos móveis no país. Segundo a ComScore, mais de 170 milhões de brasileiros estão ativos nas redes sociais, o que representa quase 80% da população.
O tempo médio que os brasileiros passam nas redes sociais aumentou significativamente entre 2020 e 2022, atingindo uma média mensal de 46 horas. Eduardo Girão destacou a preocupação da Unesco em relação ao uso massivo de celulares nas escolas, alertando que a tecnologia na educação não trouxe benefícios, como indicado em um recente estudo da agência da ONU.
O psiquiatra Cristiano Abreu, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), enfatizou a necessidade de criar o Conselho Superior da Internet no Brasil, uma iniciativa que reuniria gestores, empresas, especialistas e usuários para analisar dados, promover pesquisas e definir políticas públicas visando o bem-estar da população em relação aos malefícios do uso excessivo de novas tecnologias.
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Enquanto alguns defendem o uso do celular e de tecnologias no ambiente educacional como uma ferramenta positiva, outros acreditam que é essencial conscientizar os jovens sobre o uso educativo, produtivo e consciente dos celulares.
A chefe do Departamento de Saúde Digital no Ministério da Saúde, Maria Aparecida Cina, anunciou a criação de um grupo de trabalho dedicado ao desenvolvimento de ações e campanhas educativas sobre o uso otimizado do celular pela população.
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A audiência pública também trouxe à tona informações alarmantes sobre o uso excessivo de celulares no Brasil e sua possível relação com graves problemas de saúde. Estudos relacionam o vício no celular a problemas de saúde, incluindo distúrbios psicológicos, como depressão.
O psiquiatra Cristiano Abreu destacou que a média de uso diário de celular no Brasil já chega a 9h30, o que significa que os brasileiros passam 142 dias por ano com a cara na tela. Estudos indicam que adolescentes estão com mais problemas de perda de foco e houve aumento do transtorno do déficit de atenção (TDAH) em crianças filhas de mães que usavam muito o celular na gravidez.
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Diversos estudos do Instituto Nacional de Saúde dos EUA também correlacionaram o uso excessivo do celular com o surgimento de câncer na cabeça. Especialistas ressaltam a importância de adotar medidas para combater o vício em celulares, incluindo a criação de um código de ética para jogos online e a proibição de apostas em games por menores de idade.
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