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Você ainda não conheceu a sua melhor versão

As dificuldades em nosso cotidiano podem nos estagnar e provocar uma reflexão interna sobre si. Afinal quem sou eu? Entenda como chegar na melhor versão de você mesmo

Você ainda não conheceu a sua melhor versão
Divulgação

Redação
Publicado em 30/03/2021, às 09h11

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“No fundo da esperança e dos desejos reside o conhecimento silencioso do que há além; e, assim, como as sementes que sonham sob a neve, seu coração sonha com a primavera.” – Khalil Gibran, poeta e filósofo libanês (1883-1931)

Chega uma hora que as coisas estão tão difíceis e nebulosas, que é natural se perguntar: afinal, quando vou chegar à parte boa da vida? Muitos se sentem presos à rotina, e ela parece privar tudo de significado. Outros têm a impressão de que o tempo está se esvaindo – ou até que já se esvaiu –, sem nenhum proveito. Um terceiro grupo se vê profundamente limitado pela necessidade de trabalhar para sustentar a família e passa a acreditar que crescer pessoal e profissionalmente não é sequer uma opção. 

Há, ainda, quem esteja envolvido num cotidiano frenético e, no outro extremo, quem se veja perdido na estagnação.

Seja como for, a resposta à dúvida que em dado momento aflige a todos nós pode estar no processo, na travessia, no percurso. É durante a luta diária que somos lapidados. É ao longo do caminho que somos moldados.

Acredite: você ainda não viu nada. Posso garantir que sua melhor versão um dia vai surpreendê-lo(a), mas há um preço a ser pago antes. Será necessário superar uma das fases mais escuras da vida, sem dúvida, mas com a certeza de ver luz em breve. Será necessário atravessar esse vale de incerteza em direção ao futuro. Nossos parceiros, pais e filhos, mesmo os que ainda não vieram ao mundo, precisam que o façamos. Nós também precisamos.

Aliás, não é demais lembrar que seremos nós mesmos os maiores beneficiários dessa travessia. Nós que colheremos os frutos do esforço e receberemos os louros pelas batalhas vencidas.

Sem dúvida, vivemos um momento particularmente desafiador. Na história da humanidade, foram poucos os períodos de amargura e incerteza como este. Temos uma difícil decisão a tomar: agimos como se nada de mais estivesse acontecendo, tentando enxergar alguma normalidade nas coisas, ou compreendemos a dimensão desta crise em todo seu potencial de fazer emergir nossas maiores qualidades. É nos dispormos a encontrar a nossa melhor versão, ainda que em meio ao caos.

Nossa trajetória pode e deve ser direcionada conforme nossas escolhas. Sempre há formas de mudar a situação, por pior que ela seja, se o desejo for bastante intenso. Eis outra razão para agirmos sempre com paixão. Tudo se torna mais fácil quando acreditamos de verdade no que estamos fazendo; quando somos conscientes de nossas escolhas; quando, enfim, nos envolvemos de corpo e alma em nossos projetos. Somos nós que garantimos a sinergia entre mente, coração e alma, nos revelando por inteiro ao mundo.

Você consegue distinguir o bem do mal? O fracasso do livramento? Aos que não conseguem, deixo uma lição de Khalil Gibran, para reflexão: “Vocês são bons de inúmeras formas e não são maus quando não são bons, são apenas ociosos, preguiçosos. É uma pena que as gazelas não possam ensinar às tartarugas a velocidade.” 

Percebe? Tudo que é ruim tem algo de bom. Tudo tem sua face desafiadora, que impõe algum sofrimento e serve a um propósito maior. É como ensina o provérbio: “Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”.

Vamos a exemplos concretos do que estou querendo dizer. Como se chega à melhor – ou próximo disso – versão de um corpo sarado, cheio de disposição e com imunidade nas alturas? Comendo fritura o dia inteiro? Bebendo refrigerante de segunda-feira a segunda-feira? Consumindo toda porcaria que nos oferecem? Relaxando no sofá dia após dia?

Claro que não! Ninguém atinge sua melhor forma física sem treinar duro e suportar as dores durante e após os exercícios, vislumbrando tudo de bom que virá do esforço.  

Nos relacionamentos não é diferente. A intimidade é precedida pelas inseguranças típicas de quem está se expondo ao outro, desnudando-se da couraça protetora. Ao baixar a guarda, o sujeito aceita a possibilidade de sofrimento, esperando ganhar algo se der tudo certo: o amor, a lealdade, a tranquilidade de uma parceria bem-sucedida.

No caminho, inúmeros infortúnios podem acontecer, inclusive desentendimentos sérios. Nesse caso, até chegar-se ao perdão do outro, haverá todo um poço de amargura e ressentimento a esvaziar.

Analogamente, em busca de sabedoria, é preciso construir uma ponte sobre o vale da arrogância, com humildade para reconhecer as próprias limitações.

E, finalmente, em nossos projetos acontece algo semelhante.

É indispensável ter visão de futuro, procurando antever tudo de bom que surgirá do que hoje parece ruim. O jogo é vencido na mente, na etapa do planejamento, antes de ser vencido em concreto, na arena.

Brendon Burchard, autor do best-seller “High perfomance habits” (Hábitos de alta performance, em tradução livre), ensina que profissionais de alta performance são movidos por necessidade, por dever, por um senso maior de propósito e de compromisso com os outros e consigo mesmo. Há que elevar o nível de necessidade. Como?

Deixando bem claro, na mente, que precisamos, que devemos, que vamos. Profissionais de alta performance são assertivos e sabem que o mundo precisa deles. Entendem que não há alternativa senão agir.

Agora veja que interessante. Num estudo envolvendo 168 mil alunos do segundo ano do ensino médico, pesquisadores cruzaram os resultados acadêmicos com informações sobre situação socioeconômica e crença na capacidade de melhorar com base no esforço.

Como você pode imaginar, de início o desempenho dos estudantes refletiu diretamente as condições de vida deles. O curioso, contudo, foi que, entre os discentes do segmento menos privilegiado, o desempenho foi igualmente bom quando acreditavam na possibilidade de se desenvolverem.

Os 10% que reuniam as piores condições financeiras e a crença de que poderiam melhorar suas habilidades tiveram resultados similares aos 20% mais ricos e menos otimistas quanto ao poder transformador da dedicação.

Em outras palavras, a fé na própria capacidade é determinante, independentemente de histórico ou condições de vida. Não temos nenhum controle sobre nossas origens, mas temos sobre para onde vamos, ou ao menos sobre para onde queremos ir.

Por isso, afirmo, com segurança, que você ainda não conhece a melhor versão de si, e fecho nossa conversa com mais dicas do professor Brendon de como alcançar melhor desempenho em qualquer atividade – inclusive nos estudos para concurso público:

  1. Saiba claramente quem você quer ser e como pretende interagir com os outros;
  2. Reserve energia para manter o foco, a dedicação e o bem-estar. Cuide muito bem da saúde mental e física, pautando-se por emoções positivas;
  3. Combine valores, crenças e expectativas com as obrigações sociais, os compromissos públicos e dados concretos – a exemplo da concorrência e dos prazos do concurso que você decidiu prestar. Isso garantirá motivação e pressão na medida;
  4. Minimize as distrações. Corte-as pela raiz. Não se furte a adotar medidas mais duras se você tem predisposição a divagar;
  5. Crie uma rede de apoio voltada às conquistas importantes e de longo prazo;
  6. Demonstre coragem quando expressar suas ideias, sendo audacioso(a) mesmo diante do medo, das incertezas e de ameaças.

Você tem de conseguir. Você vai conseguir. A parte boa da vida está chegando. Já posso vê-la. Ela, sua melhor versão, está logo ali, esperando. É uma questão de tempo descobri-la.

Eu acredito. E você?

“Para alcançar alta performance, é preciso levar em consideração mais do que suas paixões e esforços individuais, e ir além de seus gostos, predileções ou do que executa melhor naturalmente, porque, para ser franco, o mundo se preocupa menos com seus pontos fortes e sua personalidade do que com seu trabalho e suas contribuições significativas para os demais.” – Brendon Burchard

*texto de Gabriel Granjeiro, Presidente-Diretor do Gran Cursos

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