A Polícia Federal concluiu que 152 candidatos tiveram acesso antecipado aos gabaritos e 1.076 “colaram” nas provas
Nesta quarta-feira (11), a Polícia Federal anunciou que a investigação de fraude na primeira fase de três exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizados em 2009, está encerrada. A conclusão é a de que 152 concorrentes acessaram os gabaritos das provas antecipadamente e outros 1.076 trocaram respostas entre si, ou seja, “colaram” nos testes.
Os candidatos que se beneficiaram dos gabaritos conseguiram as respostas por intermédio de uma quadrilha especializada também em fraudar concursos. A organização criminosa foi desmontada pela chamada Operação Tormenta, formada pela Polícia Federal para investigar fraudadores cuja atuação concentrava-se em São Paulo (Grande SP, região de Campinas e Baixada Santista) e no Rio de Janeiro.
Os exames fraudados aconteceram em 17 de maio de 2009 (2009.1), 13 de setembro de 2009 (2009.2) e 17 de janeiro de 2010 (2009.3). O indício da fraude surgiu devido ao uso de um software que identifica desvios entre respostas e mostra quais candidatos podem ter sido beneficiados de forma ilícita. A confirmação veio depois que a Polícia Federal investigou os concorrentes utilizando-se de técnicas específicas, análise estatística de resultados e elaboração de laudos periciais.
Já os 1.076 candidatos que “colaram” nas provas não tiveram ligação com a quadrilha, mas foram classificados pelos peritos criminais como fraudadores. O Cespe/UnB, organizador dos processos seletivos, ajudou nas investigações.
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Diversos alvos – A organização criminosa traz no currículo seleções que vão além das realizadas pela OAB. Entre os órgãos que tiveram seus concursos fraudados estão a Polícia Federal, com três processos seletivos (um para agente em 2004, um para delegado também em 2004 e outro para agente e escrivão em 2001); a Receita Federal (para auditor-fiscal em 1994); a Agência Brasileira de Inteligência (para agente e oficial de inteligência em 2008); e a Agência Nacional de Aviação Civil (para analista e técnico administrativo em 2009).
Durante a Operação Tormenta, 33 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de prisão temporária e 44 mandados de prisão preventiva foram expedidos. Resultado: até agora, 282 pessoas foram indiciadas, 62 servidores afastados ou impedidos de tomar posse e 18 pessoas tiveram os bens arrestados (apreendidos judicialmente). Quanto as integrantes da organização criminosa, a lista de crimes pelos quais estão respondendo inclui formação de quadrilha, estelionato qualificado, corrupção ativa e passiva e receptação.
Flávio Fernandes/SP
Com informações da Agência de Notícias da Polícia Federal
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