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Startups: o que elas têm que eu ainda não tenho

Artigo sobre marketing, mercado e trabalho

Kate Domingos
Publicado em 21/03/2016, às 10h27

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As Startups, empresas baseadas no modelo de negócios mais promissor que temos até o momento, não ditam apenas moda, não mais. Hoje já determinam tendências e vêm definindo nosso futuro, gostos e estilo de vida já há algum tempo. Algumas delas chegam a valer mais de 1 bilhão de dólares antes de completar um ano de vida, são as chamadas “Unicórnios”, do Vale do Silício. Qual seria a fórmula para tamanho sucesso? E mais importante do que isso: o que nós, enquanto profissionais, poderíamos aprender com elas?

Paypal, Facebook, Instagram, Linkedin, Twitter, WhatsApp, Waze, Uber. O que define o sucesso das Startups não é o tamanho delas, nem o setor em que operam, mas sua natureza, a forma como atuam. E é esta forma de funcionar, essa “filosofia de vida” que pode nos ajudar muito como profissionais, caso sejamos capazes de internalizá-la. Para começarmos a compreendê-la, vale recorrer à definição dada a elas por Amure Pinho (presidente da Associação Brasileira de Startups): “Uma Startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios que seja escalável e repetível, trabalhando em situação de extrema incerteza”.

Integrar um “grupo de pessoas”. Assim como nas Startups, estar em grupo é fundamental para nós no mercado de trabalho. Mas sem nos esforçarmos para vivenciar de fato o que esse grupo significa, estaremos apenas vivendo, em nosso dia a dia, um discurso vazio sobre o trabalho em grupo. Mais do mesmo! É fundamental que mudemos nossa postura diante do “outro” e de suas ideias para que realmente possamos enxergar nele o que falta em nós, valorizando a pluralidade e o choque de ideias como adubo para o florescimento de uma solução original. O Vale do Silício é tão famoso pelo surgimento de ideias geniais porque é fértil em debate, intercâmbio e interdisciplinaridade. Lá, nenhum “player” inventa a roda sozinho, mas juntos podem criar o Personal Computer numa simples garagem.

Estar “à procura de”. Uma empresa com postura de Startup está sempre procurando novos modelos de negócio e se reposicionando. É o caso dos gigantes Face e Google, apesar de já terem encontrado seu modelo bem-sucedido, eles estão sempre buscando novos problemas (necessidades do cliente) que possam ser solucionados através de negócios rentáveis: como ampliar a maneira de curtir uma publicação? Como tornar mais prático o armazenamento de arquivos na nuvem? Têm raízes na inovação! É essa raiz que devemos firmar como profissionais. Concentrar-se em identificar demandas e oferecer soluções para atendê-las é o caminho, alguém que desenvolva tal perfil estará garantindo sua empregabilidade.

Ser “escalável”, é isso que as Startups buscam fazer. Significa multiplicar ganhos mantendo equipes e despesas reduzidas para que sobre capital para o reinvestimento, a ampliação. E o profissional comum, como investe em ampliação? Falamos aqui da ampliação de nosso próprio negócio: nós mesmos! Expandir sua formação humanística, cultural e emocional, fazer disso o foco de sua vida profissional e colocar todo esse capital humano a serviço da empresa em que estiver atuando. Isso é ser escalável como uma Startup, isso é ser intraempreendedor, um perfil profissional hoje altamente cobiçado por headhunters. O intraempreendedor busca incessantemente inovação e aprimoramento, compreende que nunca está “pronto”. Por manter tal postura, ele jamais terá preocupações como a de ser superado por pares ou subordinados. Aliás, nada mais triste do que um líder estagnado que bloqueia o desenvolvimento dos seus por vê-los como ameaça.

E quanto às “situações de extrema incerteza”? É claro que procurar sempre inovar e se reinventar significa trabalhar com muitas variáveis e com chance de alguns erros e fracassos. As Startups enfrentam as incertezas e mutabilidade do mercado consumidor e nós enfrentamos as do mercado de trabalho. Profissionais arrojados e intraempreendedores, “profissionais startup” nem sempre são bem vistos, tem de lidar com as amarras da burocracia, com visões conservadoras de pares e superiores e com culturas organizacionais que tolhem as novas ideias. É fundamental preparar-se para isso e trabalhar, mais do que nunca, a postura de solucionador e a resiliência (capacidade de reestabelecer o equilíbrio e manter a obstinação na busca por seus objetivos mesmo após desgastes e conflitos).

As Startups, em muito, nos ensinam tudo isso. E têm nos ensinado a ser, antes de tudo, solucionadores, pois elas procuram problemas (necessidades do cliente) que possam ser solucionados através de negócios rentáveis. Ou seja, o que vale bilhões de dólares não é a Startup em si, mas a solução que ela gerou. Certamente, você enxerga muitos problemas em seu ambiente de trabalho, é sua chance de tornar-se uma solução valiosa para sua empresa! Você não é um empreendedor, como quem atua numa Startup, mas é um intraempreendedor, como alguém que atua em si mesmo. Seu capital é, literalmente, humano. E sua função primeira é fazê-lo crescer.

Kate Domingos é publicitária pela USP, docente e consultora em Marketing e Comunicação. Contato: kate@concrie.com

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