Transtornos mentais trazem consequências para a vida profissional dos colaboradores e também para a empresa devido a diminuição da produtividade
De acordo com um relatório feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2020, o Brasil é o país com a população mais ansiosa do mundo. E ainda se encontra entre os cinco países que possuem mais casos de depressão. Esses dados, além de alarmantes, explicam porque é preciso falar de saúde mental mesmo em outros meses que não seja Setembro Amarelo. Com isso, cresce a cada dia o número de empresas que se preocupam com a saúde mental de seus colaboradores.
A professora da MBAs de Gestão Estratégica de Pessoas e Lideranças da FDV/SP, Caroline Marcon, dá ênfase em como a saúde mental é um ponto preocupação para grandes empresas, porque além de ser algo que pode causar dano físicos e mentais aos seus colaboradores, também influencia na produtividade. Segundo a OMS, “Saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza suas habilidades, consegue lidar com o estresse normal da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir com a comunidade da qual faz parte”.
Ainda de acordo a OMS, a estimativa é que seja perdido 1 trilhão de dólares por ano na economia global devido aos transtornos gerados por problemas de saúde mental. Segundo a organização, até o ano de 2030, a depressão será a maior causadora da perda de produtividade em todos os países economicamente desenvolvidos.
Caroline Marcon ainda explica que os transtornos mentais acabam interferindo no desempenho dos funcionários, o que afeta a saúde financeira da empresa em diversos fatos. Não são consequências apenas para a empresa, mas também para a vida profissional do colaborador. Às vezes o funcionário evita falar ou procurar um diagnóstico porque “Como se trata de um assunto tabu, costuma ser escondido, transformando-se em pandemia silenciosa”, explica a professora.
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Para Caroline, para a empresa conseguir identificar e apoiar os colaboradores que sofrem por algum transtorno, é preciso encontrar formas efetivas de se comunicar com seus funcionários. Neste sentido, é preciso que a empresa passe a investir em programas que conscientizem sobre saúde mental.
A professora ainda explica que é possível identificar quando os níveis de estresse e ansiedade estão altos quando há mudanças no comportamento, como nervosismo, irritabilidade, agressividade ou passividade que fogem do padrão. Ou cansaço e dores frequentes.
Segundo Marcon, uma ação que pode ser usada é a “15-3-1”, que é quando o líder dedica 15 minutos para conversar com três colaboradores da equipe uma vez por semana. “Devem ser conversas extras, além das reuniões de rotina”, completa.
Além disso, os líderes das empresas precisam dar um bom exemplo, como demonstrar cuidados com a saúde mental e física. Outras ações podem ser tomadas, como abrir espaços para diálogos com a equipe.
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