A desnutrição cresceu no país, colocando o Brasil no Mapa da Fome da ONU, desde que saiu pela última vez, em 2014. Veja como a fome afeta o organismo
É certo que a pandemia de covid-19 aumentou o índice de desigualdades sociais, antes já presentes no Brasil. No entanto, o que se observa a partir do Panorama da Obesidade de Crianças e Adolescentes, divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Desiderata, é que desde 2015 o índice de desnutrição vem crescendo no país, sobretudo entre a faixa etária de 0 a 19 anos. Assim, temos hoje o Brasil no Mapa da Fome, posto do qual o país se orgulhava de ter saído, a última vez em 2014.
Antes de mais nada, é importante entender como funciona este índice da Organização das Nações Unidas (ONU). Para pertencer ao Mapa da Fome, é levada em conta a prevalência de subalimentação no país, que mede o acesso à alimentação adequada e se a quantidade de comida consumida por uma pessoa é suficiente para suprir as necessidades do corpo, a fim de promover energia e saúde necessárias.
Para ficar de fora do mapa da fome, o país precisa ter menos de 2,5% da população em situação de subalimentação, ou insegurança alimentar (quando não se sabe se vai ter o que comer). Entre os anos 2018 e 2020, o Brasil apresentou uma prevalência de subalimentação grave de 2,6% da população. Já de 2019 a 2021 esse índice subiu para 4,1%. Este número aumenta significativamente quando se considera a prevalência de subalimentação grave a moderada, colocando o Brasil na impressionante marca de 29% da população em situação de fome, o que corresponde a mais de 60 milhões de pessoas, o pior quadro desde 1993.
Desse percentual, os afetados de forma mais severa pela desnutrição foram meninos negros com idade entre 0 e 19 anos. De acordo com o relatório da ONU, as mulheres são mais suscetíveis à situação de fome: para cada 10 homens com insegurança alimentar, 11 mulheres viviam na mesma condição em 2020.
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Os alimentos são responsáveis por boa parte da nossa força vital. Eles são fontes de energia e nutrientes, compostos por uma variedade de proteínas, vitaminas, lipídios, glicose e sais minerais, essenciais para o funcionamento do corpo. Mas, o que acontece quando não ingerimos alimento suficiente?
Os alimentos fornecem calorias, para então oferecer energia ao corpo. Quando não existe quantidade calórica suficiente, o corpo passa a consumir outros tipos de energia presentes no organismo, como as gorduras. Nesse processo, o corpo passa a absorver a glicose e carboidratos do seu organismo, por meio das gorduras existentes.
No entanto, quem não possui armazenamento de gordura suficiente, começa a perder outro tipo de massa, a muscular, reduzindo consideravelmente a estrutura corporal. Por isso, pessoas desnutridas ficam esqueléticas, pois perderam grande parte da estrutura que reveste os ossos (músculos e gordura), que dão sustentação ao corpo.
Além disso, quando o corpo não tem mais fonte de energia, o cérebro passa a perder o controle das suas funções e comandos do corpo. Assim, é comum ficar inconsciente, sentir tontura, náuseas e dificuldade de raciocinar. O metabolismo fica mais lento e o funcionamento dos órgãos passa a declinar, comprometendo a produção de hormônios e enzimas essenciais.
Quando as fontes de energia acabam e não há reposição de alimentos, portanto de nutrientes, a fome pode levar à morte. Antes disso, é possível observar as alterações no funcionamento do organismo, ocasionadas pela fome. São algumas delas:
A fome pode levar à morte por diversas vias, já que a pessoa perde significativamente o bom funcionamento do organismo, além de ficar mais suscetível a diversos tipos de doenças com a queda da imunidade.
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