O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que o levantamento das empresas industriais revela empiricamente a falta de investimentos em pesquisa e inovação no Brasil
Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br Publicado em 09/03/2022, às 10h12
De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), somente 10% das empresas industriais usam linhas de financiamento de instituições financeiras ou organismos públicos para obter recursos destinados à área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2020. O estudo contou com a participação de 196 companhias com mais de 50 funcionários.
Segundo a pesquisa, 89% das empresas ouvidas usaram recursos próprios para o setor; 3% disseram que obtiveram financiamento de instituições financeiras privadas. O levantamento tem margem de erro de 5,9% a 7,9% e foi feito no período de 4 de outubro de 2021 a 4 de fevereiro de 2022.
O principal programa público de apoio à área de P&D utilizado pelas empresas foi a Lei do Bem, citada por 41% das beneficiadas com financiamento público. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, aponta que os resultados sobre as fontes de financiamento confirmam a realidade já observada há anos no Brasil, em que o país não prioriza a área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e a inovação empresarial é feita com baixo apoio público.
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“Estamos na contramão de países desenvolvidos, que reconhecem o papel do Estado no fomento à inovação, ciência e tecnologia. Os frutos de um ambiente nacional mais aberto para a inovação são colhidos pela própria sociedade, com aumento da qualidade de vida das pessoas, redução do custo da tecnologia e criação de empregos melhores. Por isso, o Brasil precisa, urgentemente, de uma estratégia de inovação de longo prazo”, explica Andrade.
Questionadas sobre as principais razões para não investir em P&D, as entrevistadas que não realizaram atividade na área citaram custos de implementação muito elevados (22%) e a existência de outras estratégias relevantes para a competitividade (22%), seguidos por falta de pessoal qualificado na empresa (20%), falta de linhas de financiamento adequadas (20%) e falta de conhecimento sobre parceiros para projetos (19%).
*com informações da Agência Brasil
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