Com avanço da Ômicron, nível de confiança do empresário atinge o pior resultado desde abril

Devido ao aumento de casos provocados pela nova variante, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu para 91,6 pontos, o menor índice desde abril de 2021

Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br   Publicado em 01/02/2022, às 09h20

Freepik

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), divulgado pela FGV, despencou 2,5 pontos em janeiro e chegou ao número de 91,6 pontos, o menor nível desde abril de 2021 (89,6 pontos). Na métrica de médias móveis trimestrais, o indicador recuou pela quarta vez seguida, agora em 3,0 pontos. 

“O ICE acumula perdas de 10,9 pontos desde setembro de 2021, num movimento de queda iniciado na Indústria que aos poucos foi atingindo todos os segmentos. A confiança do setor de Serviços, mais resiliente até o final do ano, foi a que mais caiu em janeiro, sob influência da piora do quadro pandêmico com a chegada da variante ômicron ao Brasil”, explica Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE. 

Campelo Jr. salienta que o crescimento do números de casos de covid-19 provocados pela Ômicron e a epidemia de gripe trouxe um alerta ao nível de confiança dos empresários, principalmente do setor de serviços. “Este resultado preocupa já que os segmentos mais dependentes de consumo presencial empregam muito e somente agora estavam conseguindo retornar a níveis de confiança comparáveis com os do período pré-pandemia”, disse o superintendente. 

Em janeiro, aumentou a avaliação negativa sobre a situação atual e as expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 4,5 pontos, para 91,3 pontos, menor nível desde abril de 2021 (87,8 pontos). Enquanto que o Índice de Expectativas (IE-E) caiu 3,0 pontos, para 91,4 pontos, menor valor desde março de 2021 (85,2 pontos). 

Os dois índices recuaram pela terceira vez consecutiva e, agora, acumulam uma perda de mais de oitos pontos nesse período, se afastando da neutralidade de 100 pontos. 

O primeiro mês de 2022 foi marcado pelo recuo da confiança de todos os setores pesquisados, aprofundando a tendência observada nos meses anteriores. A piora do quadro sanitário com o aumento do número de casos da variante ômicron colabora para este movimento. 

As quedas mais intensas foram registradas na confiança de Serviços (-4,3 pts.) e da Construção (-3,9 pts.), seguido pela Indústria (-1,7pts.) e Comércio (-0,4 pts.). Em relação a este último setor, apesar da ligeira queda na margem, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) está 15 pontos abaixo do nível neutro de 100 pontos.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

Difusão da Confiança

A confiança empresarial subiu em 11 dos 49 segmentos integrantes do ICE em janeiro, uma queda da disseminação frente aos 21 segmentos do mês passado. O destaque do mês é o setor da Construção, cuja confiança caiu em todos os 11 segmentos.

+++Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos

Sociedade Brasil

Leia também

Pesquisa da FGV aponta maior nível de empregos no Brasil desde o período pré-pandemia
Construção civil cresce e aumenta confiança dos empresários, diz CNI
Pequenas indústrias mantém evolução de confiança no 2º trimestre; Entenda
Modelo híbrido de trabalho é tendência pós-vacinação, avaliam empresários
Caixa e Sebrae dão crédito para pequeno empresário para estimular economia