Confira temas discutidos por Lula e Bolsonaro no 1º debate; Auxílio Brasil foi um deles

Lula e Bolsonaro se enfrentaram no debate na Band ontem (28). Os candidatos discutiram temas polêmicos, entre eles a manutenção do Auxílio Brasil em 2023 no valor de R$ 600

Mylena Lira   Publicado em 29/08/2022, às 19h31

Divulgação

Na noite do último domingo, 28 de agosto de 2022, os candidatos a presidente da República se enfrentaram no primeiro debate das eleições 2022, promovido na TV Band. O atual chefe da nação, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) ficaram frente a frente e dicutiram sobre temas polêmicos. A manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600,00 em 2023 foi um deles.

Ao todo, 12 candidatos disputam o maior cargo político do país, mas somente seis participaram do debate na Band:

Segundo pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha com 60 pessoas em tempo real, Tebet foi a que se saiu melhor e Bolsonaro foi o que teve o pior desempenho, principalmente por praticar violência verbal contra a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, que fez uma pergunta sobre vacinação contra a covid-19 para o Ciro e escolheu o candidato que busca a reeleição para comentar a resposta.

Bolsonaro não respondeu sobre o tema e começou a xingar a Vera. "Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", afirmou.

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Lula e Bolsonaro: principais embates

O primeiro confronto presencial entre Lula e Bolsonaro nas eleições 2022 foi marcado por acusações de ambos os lados. O candidato do Partido Liberal começou o debate apontando os casos de corrupção na Petrobras no governo do petista e perguntou se ele quer voltar à presidência para continuar fazendo a mesma coisa na estatal. "O seu governo foi o governo mais corrupto da história do Brasil”, ressaltou Bolsonaro.

Em sua defesa, Lula disse que não teve nenhum presidente que fez mais investigação para apurar corrupção do que ele, citando que foi em seu governo que foi criado o Portal da Transparência, assim como a lei anticorrupção, além de ter colocado a AGU no combate à corrupção.

"O presidente precisava saber que o meu governo é marcado pela maior política de inclusão social, pela maior geração de emprego, pelo maior aumento de salário-mínimo, pelo maior investimento na agricultura familiar, pelo maior investimento na criação da Lei Geral da Pequena Empresa, pela criação do Simples. Nosso governo, além disso, foi o que mais fez investimentos na educação", respondeu Lula.

Desemprego foi outra questão que gerou embate entre os concorrentes. Lula afirmou que o desemprego aumento no governo Bolsonaro e que o povo tem saudade do país que ele deixou, que estava crescendo a 7,5% e teve 20 milhões de empregos com carteira assinada. "É o país que o atual presidente está destruindo. Portanto, o país que eu deixei é um país que o povo tem saudade. É o país do emprego. É o país em que o povo tinha o direito de viver dignamente, de cabeça erguida neste país”, enfatizou.

Em resposta a uma pergunta de Ciro, Bolsonaro rebateu a acusaçõ. “Nós estamos colaborando na geração de empregos. Nós fizemos milagre durante a pandemia. Pode ter certeza que o mês que vem devemos ter essa taxa chegando a 8%. O nosso PIB está crescendo. Lamentamos as mortes, mas investimos para que empregos não fossem destruídos, como os programas Pronampe e Bem", disse o atual presidente.

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Auxílio Brasil: Lula diz que Bolsonaro mente

O pagamento do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda para pessoas que estão na linha d apobreza ou pobreza extrema, gerou duelo entre os presidenciáveis. O valor do benefício subiu de R$ 400 para R$ 600, mas essa quantia será paga somente de agosto a dezembro, portanto por cinco meses.

O aumento era vedado pela legislação porque o gasto ultrapassa o teto orçamentário aprovado para 2022, além de estar em período eleitoral. Porém, Bolsonaro conseguiu dar um jeitinho de tornar o gasto permitido: decretou estado de emergência até o final do ano.

Portanto, em janeiro, o valor volta a ser de R$ 400,00. A medida foi vista pela oposição como uma manobra eleitoreira para tentar ganhar mais votos no dia 2 de outubro, data do 1º turno das eleições 2022. No entanto, Bolsonaro disse no debate na Band que vai manter a parcela em R$ 600 em 2023.

"Nesse ano, por uma PEC, acrescentamos 200 reais até o final do ano. Ou seja, no momento, o Auxílio Brasil é de 600 reais. E nós vamos manter esse valor a partir do ano que vem. Logicamente, esse auxílio se aproxima do mínimo necessário pra pessoa sobreviver, sair da linha da pobreza de forma mais concreta. Onde retirar dinheiro? Tenho acertado com a equipe econômica e conversado, dentro da responsabilidade fiscal", ressaltou.

Lula, porém, apontou que não passa de uma promessa mentirosa porque o governo federal já envio a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ao Congresso e não consta nela a previsão de pagamento desse valor de Auxílio Brasil. “A manutenção dos 600 reais não está na LDO, que foi mandada para o Congresso Nacional. Ou seja, significa que existe uma mentira no ar", frisou.

Lula foi chamado de ex-presidiário

Em determinado momento do debate, após Lula mencionar o orçamento secreto e o sigilo de 100 anos imposto por Bolsonaro, o atual presidente se referiu ao petista como ex-presidiário. Lula disse que foi preso injustamente para que Bolsonaro pudesse ser eleito em 2018 e, ao usar o direito de resposta, ressaltou: “eu estou muito mais limpo do que ele ou qualquer outro parente dele. Porque fui julgado, considerado inocente pela Suprema Corte, pela primeira instância da ONU [Organização das Nações Unidas], pela segunda instância plena da ONU."

O Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as duas condenações oriundas da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu, no final de abril, que o governo brasileiro deve reparar os danos causados ao Lula na condução do processo, que não foi imparcial.

O órgão internacional identificou diversas violações na ação que acusou o petista, entre elas:

Segundo a ONU, o ex-juiz Sérgio Moro, que desistiu de concorrer ao cargo de presidente da República, não foi parcial na condução do processo e, junto com os procuradores da operação Lava Jato, teve condutas que violaram o direito à presunção de inocência e direito à privacidade de Lula. Veja trecho do debate onde Lula se defende após ser chamado de ex-presidiário:

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