Assim como os servidores da Receita Federal, o sindicato do Banco Central pressiona governo federal para conceder reajustes salariais
Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br Publicado em 04/01/2022, às 09h35
Após a aprovação do reajuste exclusivo para a categoria policial do executivo, os servidores de outros órgãos se mobilizam para conquistar um aumento salarial. O Sindicato dos Servidores do Banco Central (Sinal) anunciou a entrega dos cargos comissionados em forma de protesto. De acordo com o Sinal, o Banco Central, também conhecido como BC ou Bacen, tem cerca de 3,5 mil servidores na ativa e, aproximadamente, 500 funções comissionadas. Apesar do anúncio, ainda não há um número oficial sobre a adesão dos servidores.
De acordo com o presidente do Sinal, Fábio Faiad, o objetivo da mobilização é pressionar o governo federal para avaliar um reajuste salarial para os servidores do Bacen. Faiad destaca que já tentou se reunir com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, desde o final de 2021, mas ainda não conseguiu uma data.
“Existe um descontentamento muito grande na categoria, porque estamos há três anos sem reajuste. Fizemos muitas entregas como, por exemplo, o pix” afirma Faiad em entrevista a CNN Brasil.
Com a alta demanda por serviços no órgão, o Sinal indica defasagem de servidores, principalmente nos cargos comissionados, e com isso os serviços prestados podem sofrer uma queda na qualidade. Além da defasagem, o sindicato calcula que os salários já apresentaram uma queda de 26,3% com as perdas inflacionárias.
Os servidores públicos federais estão descontentes com a falta de reajuste para todas as categorias e ao aumento exclusivo para os policiais, que são base de sustentação política do presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim, os sindicatos estão organizando uma paralisação geral, que está marcada para o dia 18 de janeiro.
Além dos servidores do BC, os fiscais da Receita Federal já articularam o mesmo movimento de entrega dos cargos comissionados. No órgão, já foram entregues 1.237 cargos comissionados e alguns portos estão em “operação padrão”, que atrasa a liberação de mercadorias.