Bolsonaro já havia dado sinal verde para a privatização do órgão, que já tem déficit de funcionários. Com isso, concurso Correios pode chegar ao fim!
Ricardo de Oliveira Publicado em 26/06/2019, às 08h02 - Atualizado às 08h39
Quando o governo Bolsonaro foi eleito, deixou claro muitas mudanças no governo federal, entre elas a privatização de estatais que vêm gerando "prejuízo" aos cofres públicos. Este é o caso dos Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), que sofre um desmonte, perde qualidade nos serviços prestados e, a falta do concurso Correios para recomposição do quadro pessoal do órgão, piora a situação.
Depois de aprovado os estudos para a privatização dos Correios, o órgão também informou que iria cortar despesas, com o fechamento de algumas agências e redução do quadro pessoal em várias unidades.
O Sintect/SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba) divulgou que a direção da ECT chama esta etapa de “readequação da rede de atendimento e da força de trabalho” .
Anteriormente, o grupo responsável pela avaliação da privatização chegou a declarar que a intenção de todas as medidas era de dar maior liberdade para que a empresa se modernize a acompanhe as mudanças de mercado promovidas pelo comercio eletrônico sem a União como controladora.
Ao completar 50 anos, o Correios também havia confirmado a possibilidade de uma redução de aproximadamente 20% do seu quadro de pessoal. A informação foi dada pelo presidente da estatal, general Juares Aparecido de Paula Cunha que, em declaração para o jornal Folha de São Paulo, disse que o número ideal de servidores é de 85 mil empregados. Atualmente, o total é de 105 mil, o que equivale a uma redução de aproximadamente 20 mil pessoas, dentro de um processo de reestruturação da empresa, já em andamento.
Diante deste desmonte, grandes grupos e que atuam no mesmo segmento, de logística, como as gigantes Amazon e Alibaba (maior grupo chinês na internet), responsável pela AliExpress, acompanham o desdobrar desta história. Recentemente, o jornal O Dia, reportou que as gigantes do comércio eletrônico discretamente estudam a possibilidade de compra dos Correios.
O jornal também expõe a possibilidade da Amazon ou Alibaba se unirem a um grande banco nacional para a compra, para que o serviço postal seja aproveitado pelas instituições financeiras enquanto a logística da estatal serviria as gigantes internacionais.
Por enquanto, não há previsão do início do processo de privatização, pois ainda faltam alguns passos que devem ser sinalizados por Paulo Guedes e o Ministério da Economia, mas o JC Concursos estará acompanhando os próximos capítulos, para saber como fica a situação do concurso Correios para os próximos meses.
Os Correios tiveram sua origem no Brasil em 25 de janeiro de 1663, com a criação do Correio-Mor no Rio de Janeiro, então capital da Colônia. Em 1931 o decreto 20.859, de 26 de dezembro de 1931 funde a Diretoria Geral dos Correios com a Repartição Geral dos Telégrafos e cria o Departamento dos Correios e Telégrafos. A ECT foi criada a 20 de março de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações mediante a transformação da autarquia federal que era, então, Departamento de Correios e Telégrafos (DCT). Nos anos que se seguiram, vários serviços foram sendo incorporados ao portfólio da empresa.
Além dos tradicionais serviços de cartas, malotes, selos e telegramas, entre os novos serviços podem ser destacados os pertencentes à família Sedex, serviço de encomendas expressas. Impulsionados pelas mudanças tecnológicas, econômicas e sociais, os Correios iniciaram em 2011 um profundo processo de modernização. Com a sanção da Lei 12.490/11, a empresa teve seu campo de atuação ampliado e foi dotada de ferramentas modernas de gestão corporativa para enfrentar a concorrência. Com a nova lei, os Correios podem atuar no exterior e nos segmentos postais de serviços eletrônicos, financeiros e de logística integrada; constituir subsidiárias, adquirir controle ou participação acionária em empresas já estabelecidas e firmar parcerias comerciais que agreguem valor a sua marca e a sua rede de atendimento.
Ao todo são mais de cem produtos e serviços oferecidos pela maior empregadora do Brasil (no início de 2008 com mais de 109 mil empregados próprios, além dos terceirizados), sendo a única empresa a estar presente em todos os municípios do país, com uma vasta rede de unidades próprias e franqueadas. Diversos dos produtos e serviços da ECT podem ainda ser adquiridos pela internet.