Os dois principais pré-candidatos para presidência da República indicam soluções diferentes para combater as altas dos combustíveis
Victor Meira | victor@jcconcursos.com.br
Publicado em 17/06/2022, às 12h11
A Petrobras anunciou, nesta sexta-feira (17), mais um reajuste nos preços dos combustíveis. O litro da gasolina foi de R$ 3,86 para R$ 4,06, um aumento de 5,18% e o diesel teve um crescimento de 14,26%, que passou de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. Pelo menos, o valor do GLP foi mantido. Diante deste cenário, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltou a tecer críticas à estatal e a sua política de preços.
No Twitter, Bolsonaro reclamou da medida da Petrobras e destacou que a empresa tem um “lucro exagerado”. “O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, escreveu o presidente.
- O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 17, 2022
Por causa dos reajustes, Bolsonaro explica que a Petrobras pode colocar o Brasil em um caos. Ele relembra as consequências da greve dos caminhoneiros em 2018, que provocou problemas de abastecimento nos supermercados.
Devido aos problemas políticos gerados pela política de preços da Petrobras, Bolsonaro indicou que pode recomendar a privatização da petrolífera.
LEIA TAMBÉM
+Seguro-desemprego para taxistas e motoristas de aplicativo? Senado avalia projeto
Logo em seu primeiro dia como ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, anunciou a inclusão da empresa no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).
Outro defensor da desestatização é o ministro da Economia Paulo Guedes. Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suiça, ele comentou que a privatização será feita caso o presidente Jair Bolsonaro seja reeleito.
Enquanto Bolsonaro indica privatizar a Petrobras, o pré-candidato à presidência, Luís Inácio “Lula” da Silva, aponta que a solução da questão dos combustíveis é “abrasileirar” os preços.
No Twitter, Lula diz que o Brasil exporta o óleo cru para importar derivados do petróleo, como a gasolina e o diesel. Os preços destes produtos são feitos em dólar. Como a moeda americana está em um patamar mais alto, junto com a crise provocada pela Guerra na Ucrânia, os combustíveis estão muito caros.
“O Brasil hoje não consegue refinar toda a gasolina que nós precisamos porque o governo parou as refinarias. Também destruiu a BR Distribuidora e, por conta disso, tem 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos. Importando em dólar e precificando em dólar para nós”, disse o pré-candidato.
Não tem que exportar óleo cru para comprar derivado. Tem que refinar para exportar derivados e o preço do combustível ser em real. Podemos usar também mais etanol e biodiesel. Cadê o preço mais barato que prometeram? Vamos abrasileirar o preço dos combustíveis.
— Lula (@LulaOficial) March 24, 2022
Para resolver isso, o petista propõe que a Petrobras refina o petróleo e exportar apenas o excedente. "A Petrobras é brasileira, o petróleo está no solo brasileiro, as plataformas e sondas somos nós que fazemos, o trabalhador que tira o petróleo e refina recebe em real”, explica o ex-presidente.
+++Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos
Siga o JC Concursos no Google NewsSociedadeBrasilMais de 5 mil cidades no Brasil!
+ Mais Lidas
JC Concursos - Jornal dos Concursos. Imparcial, independente, completo.