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Crianças desaparecidas: aguardar 24h para denunciar pode prejudicar situação, diz especialista

O Brasil não possui registros oficiais de todos os casos de crianças desaparecidas. A demora para informar a polícia pode piorar situação; veja o que fazer

O Brasil não possui registros oficiais de todos os casos de crianças desaparecidas
O Brasil não possui registros oficiais de todos os casos de crianças desaparecidas - Agência Brasil

Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 20/06/2022, às 20h22

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O desaparecimento é o sumiço de alguém, independentemente da idade, sem notificação prévia a familiares, amigos ou terceiros. Se uma pessoa não é encontrada em locais que costuma frequentar, não está na companhia de conhecidos e está isolada, é considerada desaparecida. O Brasil não possui registros oficiais de todos os casos de crianças desaparecidas, devido à falta de informações sobre o assunto.

O governo federal estima que aconteça o desaparecimento de 40 mil crianças por ano, mas o número pode ser muito maior. Em situações assim, as famílias costumam não saber o que fazer caso uma criança desapareça. E ao longo dos anos, criou-se uma crença equivocada de que é necessário aguardar ao menos 24 horas do sumiço da vítima para buscar ajuda de autoridades policiais e jurídicas.

Mas, toda essa demora pode agravar o caso, principalmente, quando se leva em consideração a existência do tráfico de crianças, o aliciamento ou sequestro para fins de tráfico de órgãos, trabalho e prostituição infantil. Outro ponto de maior incidência nos casos de crianças desaparecidas é a adoção ilegal por gangues que operam em territórios nacionais e internacionais.

Além disso, outros motivos de desaparecimentos são: crime de pedofilia (estupro, a grande maioria com morte); fuga por abuso dos pais; prostituição infantil; pedir esmolar e dependência química.

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Veja o que fazer em casos de crianças desaparecidas

Em um vídeo publicado pela TV Senado no Youtube, o presidente do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria e médico Marco Antônio Gama, destaca que um dos primeiros pontos a serem avaliados nessa situação é o acolhimento dos pais. “Eles têm que ser acolhidos diante daquela situação, não só pela angústia que estão passando, mas pela necessidade disso [investigação] começar imediatamente”, destaca.

Marco lembra ainda que aguardar 24 horas para denunciar a polícia sobre o desaparecimento da criança pode prejudicar todo o processo. “Nós temos que melhorar essa dinâmica [...] porque quando esse filho não é recuperado, é um vácuo, um buraco na vida, para sempre”.

O Rio de Janeiro lançou uma cartilha com orientações sobre o que fazer em casos de crianças desaparecidas, confira:

  • A denúncia deve ser feita imediatamente em uma delegacia de policia civil, logo após perceber que a criança está sumida e incomunicável;
  • Dê preferência a uma Delegacia Especializada na Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA);
  • Leve atual da criança desaparecida;
  • Nenhuma informação deve ser omitida dos policiais;
  • Informe aos amigos, vizinhos e parentes sobre o desaparecimento (eles podem ajudar com informações e nas buscas pelos arredores);
  • Divulgue nas redes sociais (mas a cartilha destaca o cuidado para não informar telefones pela possibilidade de receber trotes)

Confira a cartilha na íntegra através do site e veja os procedimentos indicados para agilizar o processo de casos de desaparecimento de uma criança.

Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque

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