Movimento ganhou destaque pela organização e preocupação com o impacto sobre a população. Privatização de serviços essenciais pode resultar no monopólio do setor pela iniciativa privada
Esta semana, trabalhadores do Metrô de São Paulo, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) expressaram completa oposição à venda das empresas públicas para o setor privado, o que pode desencadear uma onda de protestos e se espalhar para outras empresas estatais.
Ao contrário de greves anteriores que se concentravam em questões salariais e condições de trabalho, desta vez os trabalhadores têm uma pauta clara: a defesa da manutenção dessas empresas sob controle público. O movimento ganhou destaque pela organização e preocupação com o impacto sobre a população.
Os trabalhadores propuseram manter as catracas abertas durante a greve, uma medida que visava não prejudicar os passageiros, mas essa sugestão foi rejeitada pelas autoridades, incluindo o governador Tarcísio de Freitas.
A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, atribuiu a responsabilidade da greve ao governador Tarcísio, alegando que sua recusa em liberar as catracas privou os trabalhadores do direito constitucional de protestar de forma pacífica.
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Lisboa enfatizou ainda que a privatização dessas empresas essenciais poderia resultar em aumento das tarifas e deterioração dos serviços, citando exemplos das linhas 9 (Esmeralda) e 8 (Diamante) da CPTM, que tiveram sua gestão transferida para a iniciativa privada e enfrentaram sérios problemas operacionais desde então.
Outra questão levantada pelos trabalhadores é o risco de um monopólio privado em setores essenciais, o que tornaria os serviços completamente dependentes de empresas privadas e sem possibilidade de reversão dessa situação.
Enquanto isso, um plebiscito que visa coletar a opinião dos cidadãos paulistas sobre a intenção do governo do estado de São Paulo de privatizar empresas públicas, incluindo a Sabesp, o Metrô e a CPTM, foi prorrogado até 5 de novembro deste ano.
As urnas estão sendo instaladas em toda a região, com o apoio ativo dos trabalhadores dessas três empresas, bem como de centrais sindicais, movimentos populares e mandatos parlamentares. O resultado deste plebiscito pode dar voz à população e influenciar o destino das empresas públicas de São Paulo.
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