Os dados do Boletim Focus foram influenciados pela declaração do presidente Lula na semana passada sobre a autonomia do Banco Central
Na semana passada, durante a entrevista para o programa “É Notícia”, da Rede TV, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a autonomia do Banco Central (BC ou Bacen) após a instituição manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, a maior taxa de juros desde 2017.
No comunicado, o BC revelou a manutenção da taxa de juros no mesmo patamar diante dos riscos fiscais do novo governo federal. Lula citou que ainda houve tempo suficiente para a política gastos públicos da nova gestão influenciar na oscilação da inflação.
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Neste cenário, saiu o Boletim Focus, que reúne as projeções dos principais indicadores econômicos do país das instituições financeiras. O mercado aumentou, pela oitava semana seguida, a expectativa do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2023 para 5,74% para 5,78%.
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Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,93%. Para 2025 e 2026, as estimativas são de inflação em 3,5%, para ambos os anos.
Caso a projeção se confirme, a meta de inflação será estourada pelo terceiro ano consecutivo. O número definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%. Logo, ele estará acima da meta estabelecida pelo Banco Central.
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Apesar do mercado estimar uma inflação um pouco mais alta, o Focus manteve a expectativa de taxa Selic 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,75% ao ano. Já para 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 9% e 8,5%, respectivamente.
A taxa de juros é uma das ferramentas do Banco Central para controlar o nível de inflação do país. Uma taxa mais alta, reduz o consumo e diminui os preços médios. Em contrapartida, a Selic mais baixa, incentiva o consumo, mas eleva os preços.
O Boletim Focus estima que o crescimento da economia brasileira neste ano variou de 0,8% para 0,79%. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,5%.
Para 2025 e 2026, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,89% e 2%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final de 2023. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,30.
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