Ministro da Fazenda comenta que reforma administrativa não trará grandes cortes; proposta está parada na Câmara desde setembro de 2021
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em um jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil, em Brasília, que a reforma administrativa em tramitação no Congresso Nacional não irá trazer grandes cortes de despesa. Segundo ele, a medida não "precisa ir na frente da tributária".
De acordo com Haddad, os altos salários dos servidores públicos são encontrados no Judiciário e no Legislativo, e é preciso "mais transparência" no pagamento de benefícios para funcionários públicos.
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Além disso, o ministro argumentou que "há várias brechas para criar penduricalhos" sobre os quais não incide o Imposto de Renda (IR) atualmente.
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Enquanto isso, a Proposta de Emenda à Constituição 32/2020 (PEC), que trata da reforma administrativa, está parada na Câmara dos Deputados desde setembro de 2021.
Embora o texto tenha sido aprovado nas comissões parlamentares, incluindo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele não foi votado em plenário devido à impopularidade da medida, sobretudo em um período próximo das eleições. Mesmo diante das cobranças do então presidente da Casa, Arthur Lira, e do então ministro da Economia, Paulo Guedes, a PEC continuou a ser ignorada.
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Uma pesquisa do Painel do Poder realizada um mês após a aprovação da CCJ revelou que a maioria dos deputados ainda estava insatisfeita com o texto da reforma administrativa.
Segundo o levantamento, 56% dos parlamentares entendiam que a reforma não deveria prosseguir do jeito que ela estava, 29% avaliaram que o texto deveria ser alterado, enquanto que 27% entendiam que não deveria ter reforma. Apenas 36% dos deputados eram a favor de uma reforma administrativa mais abrangente.
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Em resposta à falta de interesse dos parlamentares, Arthur Lira cobrou a retomada da discussão da reforma administrativa, afirmando que, se a reforma tivesse sido feita há 20 anos, o Brasil estaria em outro patamar e sem o teto de gastos.
Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o então líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-RR), criticou os parlamentares que "colocam os interesses eleitorais acima dos interesses do Brasil". Segundo ele, "o interesse eleitoral supera o interesse pelo Brasil, e, aí alguns partidos deixam de fazer o que é certo para fazer o que é conveniente eleitoralmente".
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