O mercado financeiro reduziu sua previsão para a inflação deste ano pela oitava vez consecutiva, de acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Veja qual é a expectativa
O mercado financeiro reduziu sua previsão para a inflação deste ano pela oitava vez consecutiva, de acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (10). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado como referência para medir a inflação no país, deve fechar o ano em 4,95%.
Essa projeção representa uma redução em relação à expectativa anterior, que era de 4,98% há uma semana, e uma queda significativa em relação à projeção de 5,42% há quatro semanas. Apesar dessa redução, a projeção atual ainda se mantém acima da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano.
A meta, definida em 3,25%, possui uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Dessa forma, a inflação será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Para o ano de 2024, a projeção é de que o IPCA fique em 3,92%. O Boletim Focus, divulgado semanalmente, reúne as projeções de mais de 100 instituições do mercado sobre os principais indicadores econômicos do país.
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, como principal instrumento para alcançar a meta de inflação. Atualmente, a Selic está definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), sendo esse o maior nível desde janeiro de 2017, quando a taxa também estava nesse patamar.
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A próxima reunião do Copom está agendada para o início do mês de agosto. A expectativa do mercado financeiro é de que haja uma diminuição na taxa básica de juros. O Boletim Focus aponta uma projeção de que a Selic encerre o ano em 12%. Já para o ano de 2024, a previsão é de que a taxa recue ainda mais, chegando a 9,5%.
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Além da queda na projeção da inflação pelo mercado financeiro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também revisou suas previsões econômicas para 2023. De acordo com o instituto, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser de 2,2% neste ano, acima da previsão anterior de 1,4%. Quanto à inflação, a nova projeção do Ipea é de 5,1% para o IPCA, inferior à estimativa anterior de 5,6%.
O Ipea atribui essas revisões às melhorias observadas na economia brasileira nos primeiros três meses do ano, que superaram as expectativas do instituto. O crescimento do PIB foi de 1,9% em relação ao trimestre anterior e de 4% em comparação com o mesmo período de 2022.
A expectativa de uma inflação menor é impulsionada pela valorização do real brasileiro e a queda nos preços das commodities. Esses fatores, juntamente com a reabertura econômica da China, resultam em pressão para baixo nos preços no atacado, o que leva a um cenário de desinflação no varejo e nos preços ao consumidor. O Ipea também destaca medidas fiscais que sustentam a renda das famílias e o aumento da demanda pública como impulsionadores do crescimento econômico.
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