O documento questiona também se foi feito algum acordo que permitisse Elon Musk explorar nióbio no Brasil, e se as eleições foi um dos temas discutidos
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 25/05/2022, às 20h01
A vinda de Elon Musk ao Brasil na última semana causou estranheza na população brasileira. Afinal, o que o homem mais rico do mundo, segundo a Forbes, estaria fazendo no país? Após requerimento de convocação apresentado pela bancada do PSOL junto à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o ministro das Comunicações Fábio Faria, deve explicar o motivo da visita do bilionário e a parceria fechada com o governo federal.
A conversa deve ser marcada para 8 de junho. Elon Musk participou do evento ‘Conecta Amazônia’, na semana passada, e impulsionou o lançamento do serviço de internet via satélite da Starlink no Brasil. Musk estava acompanhado do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), empresários e membros do governo.
Musk tuitou que o plano deve fornecer conectividade a 19 mil escolas na zona rural do Brasil e ajudará a monitorar a Amazônia. Na ocasião, o Ministério das Comunicações disse que o programa começaria ser implementado ainda em 2022.
Segundo o PSOL, porém, a pasta não foi transparente e tentou esconder a reunião e a parceria com Elon Musk antes que ela fosse concretizada. O PSOL destacou que “é inegável que estamos diante de um ato público que o Departamento de Transportes deve divulgar e divulgar amplamente, priorizando o interesse público na parceria firmada com a Starlink”, dizia a legenda.
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O PCdoB já havia solicitado a convocação de uma reunião com Fábio Faria através da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O pedido também foi deferido na forma de convite, ou seja, Faria não era obrigado a ir. A ideia é que a audiência convocada pelas duas comissões seja realizada conjuntamente no dia 8.
A Starlink é uma divisão da SpaceX, empresa de exploração espacial de Elon Musk, que visa fornecer internet rápida e de baixa latência para áreas remotas. As parcerias para satélites de baixa órbita não dependem de licitação e podem ser concluídas por meio de processo administrativo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A SpaceX recebeu autorização dos reguladores em janeiro deste ano. Até o momento, o valor envolvido na parceria não foi divulgado.
Além do convite a Faria, o PSOL também assinou um pedido de informações encaminhado ao Ministério das Comunicações. A carta oficial pede detalhes sobre o custo total da reunião da comitiva presidencial com Elon Musk no Resort Fasano, todo o processo de licenciamento da Anatel para os recursos da Starlink.
O pedido também pede a apresentação do cronograma de lançamentos de satélites sobre a Amazônia e por que o governo Bolsonaro escolheu o sistema de monitoramento de Elon Musk, e não o sistema nacional administrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O documento questiona também se foi feito algum acordo que permitisse ao bilionário explorar nióbio no Brasil e se Musk e o presidente da república discutiram o processo eleitoral deste ano.
Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque
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